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Empreendimento da TI Baú faz sua primeira venda de óleo certificado

Amazonia.org.br - Link: http://www.amazonia.org.br
Autor: Renata Moraes
15 de Dez de 2006

O empreendimento da Terra Indígena Baú acaba de realizar sua primeira venda de óleo de castanha com selo FSC. Os indígenas Kayapó fecharam negócio com a indústria beneficiadora de óleo vegetais Beraca logo após o evento em que receberam as certificações FSC e orgânica - do IBD , nessa quarta-feira na sede da Fiesp na avenida Paulista. "A visita a São Paulo foi muito produtiva, o contato com empresários foi ótimo para divulgarmos nossos produtos e já estamos sendo procurados por outras empresas também", contou Luís Carlos Sampaio, técnico da Funai que auxilia o Instituto Raoni em Colíder, Mato Grosso.

A Beraca, que fornece matéria-prima beneficiada para a indústria cosmética, comprou toda a produção certificada dos Kayapó, de 750 litros. "Já estávamos travando negociações desde o evento Mercado Floresta no ano passado [realizado entre 5 e 8 de novembro na Oca do parque do Ibirapuera]. Vimos que a produção deles está muito melhor", disse João Matos, diretor da empresa. Segundo ele, as discussões foram simples, tendo em vista que o projeto Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis vinha intermediando esse contato. O projeto Balcão é uma iniciativa de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.

Matos afirma que para que haja maior incorporação de produtos florestais pela indústria cosmética e de higiene em geral é necessário que, além da boa qualidade das matérias-primas, haja a garantia de que haverá constância no fornecimento. Quanto a isso, o plano de manejo exigido para a certificação FSC prevê que haja um planejamento de continuidade da produção. "Precisamos é de maior apoio e acompanhamento da indústria, pois estamos numa região que carece de conhecimentos técnicos para assessorar projetos comunitários. Sem contar que somos uma ilha no meio da região do arco do desmatamento", expõe Sampaio.

No evento na Fiesp, realizado pela Amigos da Terra com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), os indígenas expuseram um mapa traçado por eles que aponta várias outras matérias-rimas em potencial para a indústria. E convidaram os empresários a procurá-los para juntos fazerem a prospecção da viabilidade econômica desses produtos. Para o diretor da Beraca, a inserção desses elementos florestais no mercado deve relacionar a qualidade ao conceito de certificação. "O consumidor final ainda não entende muito bem o que representam esses certificados florestais, orgânicos, precisamos esclarecer isso melhor para valorizar esses produtos manejados com sustentabilidade na floresta ."

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