Em Parintins a ocupação da Funasa já dura cinco dias

Mais de 50 índios das etnias sateré-mawé e hexkaryana ocupam há cinco dias a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), em protesto, ao que eles chamam de descaso com a saúde indígena nas aldeias.

Os indígenas pedem também a exoneração do chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/Parintins), Salomão Marialva. O estopim da manifestação foi o atraso de quatro meses de salários dos agentes de saúde indígena. Esse fator também impediu o deslocamento de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem às reservas indígenas.

Ontem, um grupo da etnia sateré do Rio Marau,do Município de Maués, esteve na sede do órgão, para prestar solidariedade ao atual chefe do Distrito. Houve discussão entre as partes. O conflito encerrou com a deliberação dos tuxauas de continuar com a ocupação, até que as reivindicações deles sejam atendidas. Com rostos pintados e faixas estendidas, em frente ao prédio, eles comunicaram oficialmente a decisão. Pela manhã policiais militares estiveram no prédio, mas não houve incidente.

As lideranças informaram que foi encaminhado ao Secretário Nacional de Saúde Indígena, Antônio Alves, um relatório comunicando o protesto e as reivindicações das tribos. "Nossa ocupação é pacífica, é um protesto justo. Só estamos cobrando respeito com o nosso povo e seriedade na aplicação dos recursos", disse o tuxaua geral da etnia sateré-mawé do Rio Andirá Lúcio Micheles.

Os índios citam no documento, que desde o ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) move ação contra a Funasa pedindo melhorias no atendimento à saúde indígena nas aldeias e recomenda, ainda, a reforma na estrutura física da Casa de Saúde Indígena (Casai), que abriga doentes que chegam das reservas à cidade. Os caciques solicitam que seja nomeado interinamente o servidor de carreira, Tadeu Maciel.

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