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Em MT, programa de regularização ambiental registra baixa procura

FSP, Mercado, p. B9
15 de Jul de 2010

Em MT, programa de regularização ambiental registra baixa procura
Em oito meses, "MT Legal" conseguiu a adesão de 2% da meta; ruralistas pedem prazo maior
Proprietário que cumprir metas de recuperar áreas de reserva legal fica isento de autuação

Rodrigo Vargas
De Cuiabá

Menina dos olhos do ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi (PR), que disse querer zerar o passivo ambiental do setor agropecuário no Estado, o programa "MT Legal" conseguiu, em oito meses, a adesão de 2% da meta -pouco mais de 3.500 propriedades rurais.
A quatro meses do prazo final para adesão, o atual governador, Silval Barbosa (PMDB), é pressionado pelos ruralistas a conceder mais tempo para o cadastro.
O programa prevê uma espécie de anistia condicionada: quem cumprir as metas de recuperação das áreas de reserva legal e de preservação permanente em sua propriedade fica isento de autuação. Multas já recebidas são abatidas em 90%.
"Esse programa possibilita a vinda dos produtores rurais para a legalidade, sem que sejam punidos pelo que fizeram no passado", disse Blairo, no lançamento oficial, em novembro do ano passado.
Se não houver alteração no cronograma, as áreas não cadastradas perdem o acesso ao benefício do programa e continuam sujeitas a multas e a embargos.
O secretário especial de Políticas Ambientais e Fundiárias de MT, Vicente Falcão, disse que o ritmo das adesões "está muito lento", mas acredita que o fato tenha relação com as discussões do novo Código Florestal, cujo relatório foi aprovado na semana passada.
O projeto prevê anistia a quem desmatou até julho de 2008 e isenta pequenas propriedades da recomposição da reserva legal (área de vegetação nativa obrigatória).
Rui Prado, presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de MT), diz que o cronograma estabelecido para o MT Legal "perdeu o sentido" pela indefinição no cenário nacional.
"Quem aderir ao programa agora vai se comprometer a recuperar 50 metros de vegetação na beira de rios. Só que, no projeto do novo Código, essa exigência cai para 15 metros", afirma.
Segundo ele, a fase de cadastramento necessita ser prorrogada em, no mínimo, um ano. "Os produtores rurais querem se regularizar, mas estão assustados com os custos da recuperação ambiental. Com o novo Código Florestal, essa realidade pode ser amenizada."

FSP, 15/07/2010, Mercado, p. B9

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1507201025.htm

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