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Elétricas podem enfrentar um ano turbulento

Valor Econômico, Empresas, p. B2
07 de Jan de 2014

Elétricas podem enfrentar um ano turbulento

Por Claudia Facchini
De São Paulo

Este não deve ser um ano fácil para as elétricas na BM&FBovespa, prevê a analista do banco UBS, Lilyanna Yang, que lista pelo menos cinco pontos preocupantes. Um deles é a deterioração do ambiente macroeconômico, a escalada da inflação e o baixo crescimento do PIB, quadro que leva o UBS a projetar uma taxa básica de juro de 13% ao ano. De acordo com Lilyanna, diante desse cenário, uma taxa de retorno de 7% para os dividendos (o lucro distribuído pelas companhias dividido pelo valor da ação) deixa de ser atraente aos investidores, apesar de as empresas do setor elétrico apresentarem uma receita atrelada à inflação e um nível de endividamento relativamente baixo.
Outro aspecto que causa apreensão são as eleições em outubro e o aumento dos riscos regulatórios, que já estão em níveis elevados na visão da analista, diante da linha "intervencionista" do governo federal. Lilyanna lembra que a Cesp, Cemig, Cteep e Eletrobras possuem bilhões de reais a receber da União como reembolso pelos investimentos feitos nas concessões cujos contratos foram renovados ou que vão terminar até 2015.
O cenário torna-se ainda pior com a fraca hidrologia (nível de água dos rios), o que pode obrigar o Tesouro a continuar injetando bilhões de reais nas distribuidoras para impedir que elevadas despesas com a geração térmica tenham um impacto na conta de luz.
Mesmo questões não associadas a aspectos regulatórios e políticos preocupam. Os riscos de execução das obras de geração e transmissão, por exemplo, aumentaram no país, como atestam os consórcios que estão construindo as hidrelétricas de Belo Monte e Jirau. Isso torna mais difícil a obtenção das taxas de retorno previstas nos orçamentos iniciais dos projetos.
Segundo a analista, os investidores também devem estar atentos ao fato de que as empresas de geração, transmissão e distribuição vão se expandir por meio de fusões e aquisições, o que obrigará desembolsos de caixa.
Lilyanna coloca entre as suas recomendações de compra as ações da Copel, Light, Energias do Brasil, AES Tietê ON e Eneva. Na lista de empresas com recomendação neutra estão a Cemig, Cteep, CPFL Energia, Tractebel, Cesp, AES Tietê PN. Nas recomendações de venda estão Eletropaulo e Equatorial.

Valor Econômico, 07/01/2014, Empresas, p. B2

http://www.valor.com.br/empresas/3386670/eletricas-podem-enfrentar-um-a…

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