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25 de Jul de 2010
O cacique da Terra Indígena Guarani Morro dos Cavalos, Teófilo Gonçalves, sabia que as terras onde vivem hoje mais de 100 índios, seria rasgada pela rodovia há muito tempo, quando a BR-101 começou a ser construída na década de 1960.
Naquela época, conta, muitas famílias tiveram medo por causa das máquinas e saíram da região. Hoje, a estrada quer ganhar ainda mais espaço e o povo guarani também deseja garantir o seu lugar.
- Não somos contra a duplicação. Nossa única exigência sempre foi que a obra aconteça em via subterrânea, assim não teremos nossa terra cortada pela estrada, poderemos plantar e reflorestar a área plana, estaremos livres do barulho e do perigo de atropelamento. Para os motoristas isso vai significar menos morro e mais segurança - explica o cacique.
Desde 2008, uma portaria assinada no dia 18 de abril e editada pelo Ministério da Justiça criou a reserva indígena de Palhoça, uma área de 1.988 hectares, na região do Morro dos Cavalos. A medida é resultado de um procedimento administrativo que começou há 17 anos.
Para manifestar o apoio da aldeia à duplicação, os guaranis elaboraram o Manifesto Guarani à Duplicação da BR-101. Entre os sete pontos destacados, os índios afirmam que concordam que a duplicação é a melhor maneira de deixar a rodovia mais segura. Segundo o documento, a questão mais importante para os índios é a demarcação das terras que, para eles, é uma forma de garantir a segurança e uma vida melhor.
O manifesto ainda faz um alerta e expressa preocupações sobre o andamento dos trabalhos: "A obra no Morro dos Cavalos não tem projeto aprovado. O problema é a falta de legislação. Há muito tempo avisamos deputados e senadores deste problema, mas eles não tomaram providência. Sabemos que precisa regulamentar o parágrafo 6 do art. 231 da Constituição Federal. Estamos preocupados que ocorra a duplicação de toda a estrada menos aqui e, novamente, venham responsabilizar nossas comunidades da demora e das dificuldades como já aconteceu em 2001".
MPF exigiu a construção de uma passarela na região
Para evitar atropelamentos na região, a procuradora do Ministério Público Federal Analúcia Hartmann exigiu a construção de uma passarela em frente à escola da comunidade indígena do Morro dos Cavalos, obra que está em andamento.
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