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Educação imoral e cínica

Folhetim (São Paulo - SP)
Autor: Almeida, W.B Mauro
20 de Abr de 1980

A educação que recebem os "curumins brancos" a respeito da temática indígena é uma: imoral e cínica. A imagem do índio construída e repassada nas escola é a imagem do índio enquanto herança cultural. O "índio real", um entrave ao progresso. A história ensinada é a história do índio "descoberto" e posteriormente de uma colonização justificada pela expansão territorial e econômica, positiva para todos, mesmo que a custa da vida dos índios. Onde os indígenas se apresentam como inimigos diretos, surgindo então a imagem bandeirante e do missionário como herói nacional, responsáveis por expandir o território e civilizar esses "povos preguiçosos". Essa história no entanto, que tem início com o advento da descoberta, se finda no século XIX, posterior a isso, pouco se fala dos índios, são às vezes lembrados, mas apenas como população residual, já integrada dentro das reservas. É o mito fundador do Brasil, presente nas falas dos fazendeiros e autoridades e tendo como seu lugar de manutenção as próprias escolas, em lugar da possibilidade de se contar uma história de um Brasil que abrigasse múltiplas histórias.

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