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Educação forma professores para atuar em aldeias indígenas

Brasil Norte - Boa Vista - RR
31 de Mar de 2001

Os Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Paraná e Tocantins iniciaram esta semana, com o apoio do Ministério da Educação, cinco cursos para formar professores que vão atuar nas aldeias indígenas. O curso inclui aulas de matemática, geografia, história, ciências e português. Pelo menos 10 professores da etnia Waiãpi (no Amapá) também darão aulas sobre sua língua. Eles trabalham há oito anos com educação indígena. Estão inscritos nos cursos 135 professores do Ensino Fundamental. Em Roraima, o projeto Magistério Parcelado Indígena, desenvolvido pela Divisão de Educação Indígena da Secretaria Estadual de Educação, trabalha com a formação de professores índios desde 1993. Nesses oito anos, o Magistério Parcelado Indígena já habilitou 294 professores índios e atualmente 91 educadores estão em processo de conclusão do curso. Para não interromper o ano letivo dos alunos, os professores estudam no período de férias com todas as despesas de alimentação, transporte e estadia pagas pelo governo do estado. As aulas são ministradas na Escola Estadual de Formação de Professores, localizada ao lado da Escola Gonçalves Dias, no bairro Canarinho. De acordo com o coordenador do Parcelado Indígena, Sebastião da Silva Bento, a intenção do Governo do Estado com o projeto é habilitar professores leigos índios para o exercício do magistério de 1a a 4a série do ensino fundamental. Com essa turma que está terminando o curso, teremos sanado todas as pendências quanto à questão de falta de professores nas malocas, disse, acrescentando que os professores que concluíram e os que estão em fase final do curso foram todos indicados pelos tuxauas das malocas onde lecionam. Roraima tem hoje 6.305 alunos índios regularmente matriculados no ensino fundamental, 1.194 alunos no ensino infantil e 154 matriculados no ensino médio. Há em Roraima 183 escolas. Desse total, cerca de 50% foram construídas pelo Governo do Estado em prédios no estilo Escola Padrão. As demais foram construídas pela própria comunidade. O projeto Magistério Parcelado Indígena já permitiu que o sistema educacional de Roraima fosse reconhecido a nível nacional pelo Ministério da Educação. Em 1998, Roraima foi o vencedor do prêmio Paulo Freire de Educação, por ter apresentado um projeto pioneiro e de resultados inovadores na educação indígena no Brasil.

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