OESP, Vida, p. A30
26 de Set de 2010
Educação contribui para melhora em ranking da Firjan
Média nacional de desenvolvimento dos municípios cresceu 1,4% em 2007 em relação ao ano anterior
Wilson Tosta / Rio
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal 2007, que mede condições de vida da população e foi divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Rio, aponta avanço em mais de dois terços dos 5.564 municípios brasileiros. Com uma novidade: a educação é a área que mais contribuiu para o número geral.
Variando de 0 a 1 - quanto maior, mais desenvolvida é a cidade, Estado ou o País -, o IFDM Brasil chegou a 0,7478, 1,4% a mais que em 2006. Mesmo assim, o trabalho estima que 40 milhões de brasileiros (21,7%) viviam em cidades com baixo desenvolvimento - nota abaixo de 0,6. A avaliação dos autores, porém, é de melhoria do País na medição que conjuga educação, saúde e emprego/renda.
"No ano 2000, só 1% vivia em municípios de alto desenvolvimento, com IFDM de 0,8 ou mais, e todos ficavam em São Paulo", diz o chefe de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, que coordenou a pesquisa. "Em 2007, a mudança foi significativa: 31% viviam em cidades com alto desenvolvimento. Eram 56 milhões de pessoas, em cidades do Sudeste, Sul e Centro-Oeste." Segundo ele, havia ainda 40 milhões de brasileiros vivendo em condições bastante precárias de educação e saúde e com um mercado de trabalho ainda incipiente - 68% deles no Nordeste e 17% no Norte. "Quase 30% dos municípios do Norte tinham índice abaixo de 0,6."
No topo. O ranking apontou Araraquara (SP) como a cidade mais desenvolvida do País, com 0,9439. O município de menor desenvolvimento era Marajá do Sena (MA), com 0,3394. São Paulo aparece na lista em 72. lugar, com 0,8469, e o Rio em 128., com 0,8295. Curitiba é a capital com melhor colocação - mesmo assim, em 47., com 0,8687. Os dez primeiros da listagem são de São Paulo: após Araraquara vêm Indaiatuba (0,9297), Vinhedo (0,9212), Guaíra (0,9191), Jundiaí (0,9184), Sertãozinho (0,9160), Marília(0,9106) , Itupeva (0,9086), Barueri(0,9083) e Jaguariúna (0,9081). O 11. é do Rio: Macaé (0,9038). "Cidades médias chegam ao alto desenvolvimento mais facilmente que as grandes pois conseguem fazer programas sociais específicos."
Segundo ele, a educação se tornou o fator com maior peso no IFDM 2007 porque o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb), que mais influi no cálculo, avançou. A saúde continuou a melhorar, mas lentamente, com destaque para o Sul, sobretudo cidades do Rio Grande do Sul. "Dos 100 primeiros municípios no IFDM Saúde, 54 são gaúchos", explica. Mas a parte do IFDM referente a emprego e renda recuou de 0,7642 par 0,7520. "De fato, gerou-se bastante emprego em 2007, só que a renda teve desenvolvimento mais fraco", afirma Mercês.
São Paulo, com 0,8697 (mais 0,7%), e Paraná, com 0,8244 (aumento de 2,1%), são os únicos Estados com alto desenvolvimento. O Rio recuou de 0,8035 em 2006 para 0,7985 (desenvolvimento moderado), mas manteve o terceiro lugar. O Distrito Federal e 18 Estados estão na faixa entre 0,6 e 0,8 e 5, no grupo do baixo desenvolvimento: Pará (0,5974), Piauí (0,5961), Maranhão (0,5900), Amapá (0,5740) e Alagoas (0,5529).
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100926/not_imp615422,0.php
O que é levado em conta
Emprego e renda
Geração de emprego formal, estoque de emprego formal e salários médios do emprego formal (Ministério do Trabalho).
Educação
Taxa de matrícula na educação infantil, taxa de abandono escolar, taxa de distorção idade-série, porcentual de docentes com ensino superior, média de horas-aula diárias e resultado do Ideb (Ministério da Educação).
Saúde
Números de consultas de pré-natal, óbitos infantis por causas inevitáveis e óbitos por causas mal definidas (Ministério da Saúde).
OESP, 26/09/2010, Vida, p. A30
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