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EDP tem interesse em usinas da Eletrobras

Valor Econômico, Empresas, p. B2
28 de Jul de 2017

EDP tem interesse em usinas da Eletrobras

Camila Maia

A EDP Energias do Brasil é uma das candidatas a ficar com ativos de geração da Eletrobras. Em entrevista concedida ontem sobre os resultados do primeiro trimestre, Miguel Setas, presidente da empresa portuguesa, destacou que existe um grande interesse em comprar as participações minoritárias da estatal nos três projetos nos quais são sócias: as usinas de Lajeado (900 MW de potência), Enerpeixe (500 MW) e São Manoel (746 MW).
"São ativos onde gostaríamos de aumentar a participação, se a Eletrobras estiver disposta a vender", disse Setas. Segundo o executivo, a EDP inclusive já "fez a mensagem chega" na diretoria da Eletrobras.
"São ativos que nos interessam. Temos conhecimento dos riscos, a operação está redonda. Achamos que a gestão integrada poderia ser ainda mais eficiente que é hoje", disse.
Além desses ativos, o interesse da companhia no segmento de geração é em novos projetos, especialmente aqueles que tenham porte de 100 MW a 1.000 MW de potência. "O Ministério de Minas e Energia (MME) recentemente falou sobre o projeto da usina de Tabajara, com 400 MW", disse, referindo-se ao projeto da hidrelétrica de Rondônia em estudo pelo governo daquele estado. "Mas é algo de médio prazo, não imediato", completou.
Em distribuição de energia, a companhia foi procurada pela Cemig sobre um interesse em adquirir a Light, informou Setas. "Nós temos a obrigação fiduciária de gestão de analisar todas as oportunidades que estão no mercado. A Light é uma como qualquer outra. Temos a obrigação de analisar", disse Setas.
Segundo ele, porém, "há outras oportunidades de crescimento no país que não estão no eixo Rio-São Paulo", e a Light não é a única oportunidade de crescimento em distribuição no país.
Ele não explicou quais são as outras oportunidades fora dessa região. Questionado sobre as distribuidoras da Eletrobras que serão privatizadas, Setas descartou a possibilidade. "São ativos cujo perfil não se enquadra no perfil de risco de nossa companhia", disse.
Outro segmento que a companhia tem se destacado, a EDP segue interessada em participar do próximo leilão de transmissão de energia, mas com "apetite menor" do que o visto no último certame, no qual arrematou quatro lotes. "Vamos participar, mas com apetite menor do que no anterior. Vamos olhar para sinergias, riscos, e nossa capacidade construtiva. Precisamos dimensionar nossa aposta em função deste momento, para não tomarmos uma posição exagerada em termos de risco", disse.
Já os ativos de transmissão das espanholas Abengoa e Isolux, atualmente à venda, não são alvo da portuguesa. O executivo disse ainda que não há nenhuma transação no radar que "possa ser considerada eminente".
A EDP Energias do Brasil apurou lucro líquido de R$ 142 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 45% na comparação anual. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 16%, a R$ 534 milhões, e as despesas caíram 3%, a R$ 316 milhões.
O resultado de distribuição foi destaque com a melhora nos indicadores de qualidade, apesar da forte queda na demanda apurada no período. O indicador que mede a frequência das interrupções (FEC) caiu de 5,29 vezes para 5,06 vezes na EDP São Paulo e de 5,31 vezes para 5,24 vezes na EDP Espírito Santo, ambos abaixo das metas regulatórias. Já o DEC, que mede a duração das interrupções, ficou em 8,41 horas na EDP São Paulo e subiu de 8,64 horas para 8,83 horas na Espírito Santo, mas mantendo-se em ambos os casos também abaixo das metas.
O percentual de perdas totais da São Paulo caiu de 8,75% para 8,73%, ainda ligeiramente acima da meta de 7,88% determinada pela Aneel. No caso da Espírito Santo, o percentual caiu de 13,71% para 13,5%, ante a meta de 11,75%. Segundo Setas, a companhia praticamente dobrou os investimentos em distribuição para melhorar esses indicadores.

Valor Econômico, 28/07/2017, Empresas, p. B2

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