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Economia ambiental

FSP, Editoriais, p.A2
16 de Mai de 2005

Economia ambiental
Costuma-se opor preservação ambiental a desenvolvimento econômico. Apesar de antiquada, essa visão ainda encontra inúmeros adeptos. É preciso assim difundir o entendimento de que as duas dimensões podem e devem conviver, sendo mesmo possível aliar políticas preservacionistas à geração de riqueza. Por outro lado, é possível levantar situações em que o descaso com o meio que nos circunda se traduz em significativas perdas econômicas.
É o que acaba de fazer o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com a divulgação do "Suplemento de Meio Ambiente", pesquisa realizada em 2002, em pareceria com o Ministério do Meio Ambiente, em todos os municípios brasileiros.
O levantamento constata que 47% das cidades brasileiras já sofreram prejuízos na agricultura, pecuária ou pesca, em razão de problemas ambientais. Além disso, 41% dos municípios foram atingidos em 2002 por algum desastre ambiental como deslizamentos, secas ou erosão.
A contaminação do solo, que também tende a provocar prejuízos econômicos, é outro fator de preocupação. Segundo o IBGE, 33% dos municípios têm problemas de poluição no solo. Uma fonte poluidora inesperada vem ganhando destaque: dejetos de serviços de saúde. Quando se consideram rios e enseadas, o índice de contaminação chega a 38%.
No caso da contaminação do ar, problema relatado por 22% das cidades, o destaque vai para as fontes poluidoras, que são, pela ordem: queimadas (64%), vias não-pavimentadas (41%), atividade industrial (38%), agropecuária (31%) e veículos (26%). Fumaça e poeira estão trazendo mais problemas para os municípios do que indústrias e carros.
O trabalho do IBGE é mais um alerta de que o ambientalismo não é um capricho de adoradores de florestas, mas um ponto relevante e com significativo impacto econômico, que precisa sempre ser levado em conta.

FSP, 16/05/2005, p. A2

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