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Eclusas de Tucuruí: quanto e quando?

Jornal Pessoal -Belém-PA
19 de Mai de 2006

Uma esquizofrenia de 30 anos chegou ao fim no mês passado: a Eletronorte, que construiu a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, assumiu também a responsabilidade legal pela conclusão do sistema de transposição da barragem, no rio Tocantins. Até então, a competência sobre as eclusas, que fora delegada à Portobrás, passou para o Ministério dos Transportes, através do DNIT (ex-DNER), quando a empresa estatal foi extinta.

A Eletronorte está terminando a montagem da última das 23 turbinas da casa de máquinas da hidrelétrica, que elevarão sua capacidade nominal de geração para 8,3 mil megawatts e a consolidarão como a quarta maior usina de energia do mundo. Mais uma solenidade de inauguração, esta a definitiva, será realizada no próximo mês ou em julho. Mas até agora foram construídas apenas uma das duas eclusas, a de montante do rio, e a parte menor do canal de concreto pelo qual as embarcações transitarão de um ponto a outro do Tocantins.

O investimento já aplicado nas eclusas somaria entre 400 milhões e 500 milhões de reais, mas ainda faltariam R$ 600 milhões para arrematar o sistema de transposição do Tocantins, segundo o último levantamento de preços, realizado em setembro do ano passado. É uma das maiores e mais caras eclusas do mundo, uma dimensão resultante tanto da altura da barragem a ser ultrapassada como da condução da obra. Recentemente esse valor, anunciado pelo deputado federal Jader Barbalho, do PMDB, foi questionado. Agora o presidente da Eletronorte, indicado pelo ex-governador, o incorpora.

Mas o compromisso assumido pelo presidente Lula, de concluir as eclusas, já é carta fora do baralho. Os recursos liberados para este ano, de R$ 220 milhões, serão só para quitar as contas atrasadas. Se saírem mesmo. Com os controversos R$ 600 milhões, a Eletronorte diz que finaliza a transposição de Tucuruí em três anos. Mantendo o contrato em vigor, cujo valor aditado supera o valor original, e as regras do jogo.

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