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Duas espécies de primatas ameaçadas de extinção são encontradas em Porto Velho

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com
Autor: Vanessa Moura
21 de Nov de 2014

O Parque Nacional Mapinguari, localizado na fronteira de Rondônia com o Amazonas, é a sexta unidade a receber a expedição do projeto Primatas em Unidades de Conservação da Amazônia (PUCA). Na primeira etapa dos trabalhos já foram descobertas a existências de 11 espécies no local, sendo que duas estão ameaçadas de extinção: o macaco barrigudo e o macaco-aranha. Espécies de grande porte que sofrem com o avanço do desmatamento e são alvo de caça.

Criado em 2009, o PUCA já beneficiou 11 Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia, cinco delas receberam expedição. A equipe do PUCA é formada por rede de primatólogos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), incluindo quatro doutores e cinco mestres formados em primatalogia. O principal objetivo do trabalho é fazer um inventário dos primatas da Amazônia e implantar ações para preservá-los.

O coordenador o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros Leandro Jerusalinsky explica o motivo da escolha do Parque Mapinguari para receber a expedição do PUCA em 2014. ''Se deve principalmente ao fato de ser uma área com grande quantidade de primatas e também por estar na fronteira do arco do desmatamento''. A expedição que começou na último dia 17 se estenderá até o dia 28 de novembro.

''Vamos coletar dados sobre os macacos que são encontrados no Parque Nacional do Mapinguari e diagnosticar como está o estado de conservação dessas espécies''. Para o coordenador a quantidade de espécies já identificadas na unidade, 11 no total, é considerada alta. Outra boa notícia é que há áreas dentro do parque muito bem protegidas.

Inventário

O trabalho realizado pela equipe já identificou ao longo desses cinco anos 35 espécies de primatas, incluindo oito ameaçadas de extinção. ''Isso representa mais de 30% dos primatas que são conhecidos na Amazônia brasileira que é o lugar que tem a maior diversidade de primatas do mundo'', afirma o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros Leandro Jerusalinsky.

Dentro das Unidades de Conservação, a equipe usa de diversos métodos para atingir o objetivo do PUCA como a conversa com as populações locais, por meio da observação técnica, vocalização para atrair os animais e ainda um diagnóstico para identificar os impactos no local. Problemas com manejo, desmatamento, ameaça pela construção de empreendimentos e rica diversidade de primatas são os principais critérios para a escolha das unidades que recebem a expedição do PUCA.

Manejo

O PUCA tem contribuído em diversas frentes dentro das áreas de preservação. ''A gente tem conseguido através do trabalho realizado subsidiar a qualificação do manejo das Unidades de Conservação para que elas consigam cumprir melhor as suas finalidades seja de visitação, de outros usos públicos, de proteção da biodiversidade e também para garantir a sobrevivência dos primatas'', afirma Jerusalinsky.

O coordenador explica como funciona o trabalho dentro das UCs. "A gente procura além de conhecer a diversidade de primatas saber a sua distribuição. Esse é um ponto muito importante que pode mudar as estratégias de manejo de uma unidade. Outro é saber quais são os impactos que afetam essas populações". Segundo Jerusalinsky, com esses dados é possível traçar estratégias e planos de manejos adequados tanto para as unidades quanto para a preservação das espécies.

O PUCA já realizou expedições nos estados do Maranhão, Pará, Amapá, Roraima e Amazonas. '' Na Amazônia brasileira vivem quase 20% de todos os primatas do mundo. Tem sido descoberta praticamente uma espécie nova por ano. Preocupante é que muito desses primatas estejam localizados no arco do desmatamento ou em regiões onde estão previstos ou sendo implementados projetos de infraestrutura como rodovias, ferrovias e hidrelétricas que ameaçam a sobrevivência das populações de primatas", assinalou Jerusalinsky. Um alerta que a sociedade se mobilize em prol da sobrevivência desses animais.

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