OESP, Nacional, p.A8
27 de Jul de 2004
Dossiê de pecuarista morto liga políticos a grilagem
BELÉM - Um dossiê sobre grilagem de terras, com nomes de políticos, policiais e funcionários do Incra, foi entregue à Polícia Federal de Santarém pelo pecuarista Adilson Prestes, morto a tiros no dia 3, diante da porta de sua casa, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. O documento, com seis páginas, foi escrito e assinado em maio.
Ele contém depoimentos prestados à Polícia Federal e ao Ministério Público Estadual naquela época. A vítima listou madeireiros, personalidades políticas de Mato Grosso e do Pará, além de policiais civis, militares, funcionários do Ibama e da Funai. Até os nomes de dois primos do ex-prefeito Paulo Maluf são citados.
"Faço isso em nome da minha família e peço que as providências sejam tomadas". disse Prestes. Segundo suas declarações, os nomes citados fariam parte da chamada máfia da grilagem, que teria como características a invasão de terras públicas, corrupção de funcionários e execuções sumárias.
Tais grileiros seriam intermediários de negócios escusos com grupos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Zuza Maluf e Dibla Maluf, proprietários da Fazenda Castanhal, em Novo Progresso, foram acusados por Prestes de "desviar maquinários do governo" e de ameaçar posseiros que vivem na área. O Estado tentou falar com os dois proprietários, mas não conseguiu. Segundo vizinhos, eles não moram na região.
O madeireiro Rubens Zílio, do Mato Grosso, também foi incluído na lista.Citou ainda, entre outros, Manoel da Silva Cavalcante, da Colonizadora Paralelo 16; e Vitalino Perondi, vice-prefeito de União do Sul.
OESP, 27/07/2004, p.A8
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