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Dois Maxakali morrem durante conflito

Hoje em Dia-Belo Horizonte-MG
09 de Nov de 2005

Pelo menos dois índios Maxakali morreram ontem, nesta cidade no Vale do Mucuri, em mais um conflito entre grupos rivais das aldeias Água Boa e Pradinho. Devido à dificuldade de comunicação com a aldeia, até o final da tarde de ontem a Fundação Nacional do Índio (Funai), em Governador Valadares, só havia identificado uma das vítimas, Xibil Maxakali, que foi morto a facadas. No entanto, segundo o chefe de Assistência ao Índio, Hélio Palmeira, há a confirmação de mais uma morte e de alguns índios desaparecidos. Outros cinco já morreram neste ano, vítimas da violência que dizima os Maxakali.
O crime teria acontecido no início da tarde por motivos ainda desconhecidos. Mas, segundo Hélio Palmeira, não há dúvidas de que esteja ligado ao conflito entre os grupos rivais. Xibil Maxakali pertencia ao grupo de Rafael, que era de Pradinho, mas que teria se juntado ao grupo de Noêmia, de Água Boa - índia que, em agosto, coordenou o bando que ocupou fazendas no entorno da aldeia, garantindo que pertenciam aos seus familiares.
Noêmia, segundo Palmeira, tem inimigos nas duas aldeias, Água Boa e Pradinho. São índios que não concordam que as terras que englobam as cerca de dez fazendas pertençam a ela e, por isso, vinham pedindo à Funai que ela fosse afastada da aldeia. "O Xibil não era problemático e pode ter sido morto apenas por ter se juntado ao grupo da Noêmia", afirma Hélio Palmeira. Ele esteve ontem na sede da Polícia Federal solicitando o envio de uma equipe para tentar a paz entre os índios. No final da noite de ontem, ainda não havia uma definição se equipes seriam deslocadas para a aldeia, que fica a 669 quilômetros de Belo Horizonte.
O alcoolismo, associado ao alto grau de desnutrição e à falta de projetos econômicos de auto-sustentação, ameaça os índios Maxakali de extinção. A constatação é do administrador da Funai, Waldemar Krenak, que no início do mês denunciou a ação de "traficantes de álcool".

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