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Do conglomerado para o social

O Globo, Economia, p.23
26 de Mar de 2004

Do conglomerado para o socialCANTO DO BURITI (PI). Líder empresarial de sucesso na década de 80, quando comandava um dos maiores grupos empresariais e financeiros do país — o Banco Arbi, a Caraíba Metais e mais 18 empresas — Daniel Benasyag Birmann, de 52 anos, reapareceu ontem no sertão do Piauí. Além dos ministros Dilma Rousseff, Miguel Rossetto e Patrus Ananias, do governador Wellington Dias, estavam com ele mais de 500 trabalhadores rurais, com bandeiras do PT e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que participam de seu projeto de plantação de mamona para produzir biodiesel. Dilma Rousseff disse que a Petrobras vai comprar biodiesel, produzido a partir de mamona e outras oleaginosas, para misturar, na proporção de 10%, ao óleo diesel originário do petróleo. Com isso, espera-se reduzir a importação do produto. — É muito simples explicar minha transformação: saí da mídia, fiquei quieto e mudei de foco, mas continuando meu trabalho de empreendedor — disse. Em sociedade com Nelson Silveira, ele comanda a Enguia Power, empresa que tem quatro termelétricas no Piauí, com recursos do seguro-apagão. Dificuldades financeiras encolheram aquele que já foi um dos maiores grupos do país. O Arbi deixou de ser banco de investimentos convencional para dar prioridade a empréstimos e investimentos de médias e pequenas empresas. Birmann mantém a financeira Serv Cash, mas vendeu a Marcopolo, indústria de carrocerias, e a participação na telefônica BCP. — Continuo com o mesmo pensamento da década de 80: empreender, fazer coisas. Mudamos o perfil dos negócios e focamos na produção de energia, mas nunca perdi a noção da necessidade de investir no social — disse Birmann, lembrando que conviveu, nos anos 90, com o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e participou de vários projetos. (Efrém Ribeiro, especial para O GLOBO)
O Globo, 26/03/2004, p. 23

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