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Dirigente alerta que peneira no "arco e flecha" pra 2016 pode iludir índios Comente

Uol - http://olimpiadas.uol.com.br
Autor: Elendrea Cavalcante
28 de Out de 2013

Até o final deste ano, seis indígenas de tribos do Amazonas serão selecionados para treinar por dois anos na Vila Olímpica de Manaus com a expectativa de participar da seleção brasileira de tiro com arco nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O inédito projeto foi lançado Fundação Amazônia Sustentável (FAS), mas repercute em virtude do pouco tempo que estes índios têm estarem aptos à competição e é contestado e visto com ressaltas pela própria Confederação Brasileira da modalidade.

O trabalho de procura dos índios foi feito pelo arqueiro e dirigente da Federação do Amazonas, Roberval Santos, em parceria com a parceria com a professora Márcia Lot. Ambos foram convidados Fundação Amazônia Sustentável (FAS), idealizadora projeto "Arquearia Indígena", a "caçar" talentos em sete aldeias indígenas. E, para isso, tiveram que se infiltrar nas tribos.

Márcia, por exemplo, passou de 15 a 20 dias para selecionar jovens com idade entre 14 e 19 anos das tribos Baré, Kambeba e Karapãna. "Eu morei com a família destes índios, vivi a rotina deles. Assisti aos Jogos Indígenas. E desta forma, pude observar muitos jovens: aproximadamente 80. Na hora de escolhê-los, levei em consideração não só o talento, mas também a índole destes meninos e meninas. Escolhi menino que não bebe, que não fuma. Porque os que forem escolhidos ao final precisam ter uma cabeça muito boa para seguir", explicou Lot.

Dos 80 índios observados em suas aldeias, 12 foram selecionados para o primeiro treinamento em Manaus, em junho deste ano. Depois, caiu para apenas oito. "Até o final do ano, estes nomes precisam estar definidos para que possamos treinar seis deles a partir de janeiro na Vila Olímpica de Manaus", disse Roberval Santos.

Mas a real chance de um índio desse grupo estar capacitado para 2016 é questionada até por quem capitaneia a ideia. Arqueiro há 19 anos, Roberval admite que projeto de capacitação pode ser inviável para 2016, mas que pode pelo menos ser útil em longo prazo.

"Eu, de cara, achei impossível. Sabia que não seria fácil. Por sorte, nós temos três vagas para homens e três para mulheres garantidas para o Brasil pelo fato de ser o país sede dos jogos, mas eles (índios) têm que competir com outros brasileiros para conquistarem vagas. Mas estamos trabalhando. Vamos elevá-los a um nível técnico competitivo. As pessoas acham legal, mas concordam que é algo possível apenas para 2020. Mas isso não nos desestimula. Tanto que estamos treinando três horas de manhã e três à tarde", explicou o arqueiro.

A Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco), apesar de alguns elogios, mostra preocupação e uma visão mais crítica. Eros Fauni, diretor técnico da entidade, disse não concordar com a forma com que a possibilidade destes índios ingressarem nas Olimpíadas é passada.

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/28/indios-fazem-p…

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