VOLTAR

Diretor da Apirr denuncia que lotes eram vendidos

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
25 de Jan de 2003

Firmino Alfredo é vice-presidente da Associação dos Povos Indígenas

O vice-presidente da Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apirr), Firmino Alfredo da Silva, denuncia que muitas pessoas estavam desmatando e loteando áreas da terra indígena de São Marcos para vender, o que é ilegal, pois a terra é constitucionalmente destinada aos silvícolas.

O líder indígena defende a construção da cerca separando Pacaraima da reserva como uma forma de conter o desmatamento indiscriminado e a invasão de não índios na área destinada aos indígenas. "Se nós não fizermos isso por nós mesmos, quem vai nos defender?", argumentou.

"Se esses invasores estivessem loteando a terra para o seu próprio usufruto ainda seria compreensível, mas para vender é inaceitável. Como é que se vende uma coisa não lhe pertence?", questionou.

Ele afirma que a construção da cerca não vai impedir o trânsito de não índios pela região. Segundo Firmino, só não será permitida a construção de moradias além dos limites da cerca. "Queremos apenas conter o desmatamento", reiterou.

Firmino afirmou que a intenção dos indígenas é trabalhar na construção da cerca de forma pacífica. "Só haverá conflito se formos desrespeitados. Nossa intenção é apenas construir a cerca para preservar a reserva. Esperamos que depois de construída não seja destruída", acrescentou.

Ele afirma que os povos indígenas que vivem em São Marcos precisam daquela área para sobreviver. "Se ficarmos apenas olhando o desmatamento daquela região, vai chegar um momento que não haverá mais madeira para ser retirada", disse.

Quando o líder indígena deu essas declarações, no período da manhã, o juiz federal Helder Girão ainda não havia determinado a suspensão da construção da cerca, o que só ocorreria no final da tarde, após o conflito entre manifestantes e policiais.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.