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Diminui ritmo de desmatamento na Amazônia

O Globo, O País, p. 18
06 de Set de 2006

Diminui ritmo de desmatamento na Amazônia
Estimativa preliminar aponta redução de 11% na devastação da floresta em 2006; queda em 2005 foi de 31%

Demétrio Weber

O Ministério do Meio Ambiente divulgou ontem estimativa preliminar que aponta redução de 11 % no desmatamento da Amazônia, em 2006.0 órgão anunciou também os dados consolidados da devastação de 2005, que indicam queda de 31% em relação a 2004, confirmando estimativa já divulgada em novembro. Apesar do freio, a destruição histórica da Amazônia já atinge 699.625 quilômetros quadrados, área maior do que a Bahia, Pernambuco e Alagoas somados.

A estimativa preliminar é de que 10.943 quilômetros quadrados foram destruídos nos 12 meses entre agosto de 2005 e julho deste ano, metade disso em Mato Groso - onde os índices de desmatamento vêm caindo. No período anterior, haviam sido devastados 12.318 quilômetros quadrados.

Como o cálculo é feito a partir de imagens do sistema de Detecção em Tempo Real do Desmatamento na Amazônia Legal (Deter), que busca alertar sobre ações de desflorestamento e não medir sua extensão, o ministério sabe que a área efetivamente destruída é bem maior.

Mais de 18 mil quilômetros quadrados de devastação Em 2005, por exemplo, o sistema de alerta registrou 12.318 quilômetros quadrados de devastação, mas a estimativa final do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base em imagens de satélite, mostrou que deixaram de existir 18.793 quilômetros quadrados de floresta - 6 mil quilômetros quadrados a mais.

O secretário de Biodiversidade de Florestas do Ministério, João Paulo Capobianco, disse que, mantida a tendência de redução, o desflorestamento em 2006 deverá cair para cerca de 16.700 quilômetros quadrados: - No pior dos cenários, continuará na faixa dos 18 mil quilômetros quadrados.

O Greenpeace, porém, contestou os dados sobre 2006. Segundo o coordenador da Campanha de Clima, Carlos Rittl, estudo técnico feito pela organização ambientalista indicou aumento de 8% na área devastada, que teria atingido 13.973 quilômetros quadrados, entre agosto de 2005 e julho de 2006.

- Nosso cálculo é feito com os dados disponibilizados pelo Inpe - disse Rittl.

Resultado é o melhor registrado no governo Lula O resultado do desmatamento em 2005 é o melhor registrado no governo Lula. Em 2004, foram destruídos 27.429 quilômetros quadrados, a pior taxa do atual governo, mas ainda assim inferior ao recorde de 1995.

Cresceu 50% o ritmo de desflorestamento no Pará, onde fica São Félix do Xingu, a cidade campeã de devastação nos últimos anos. O Pará é responsável por 24% da área desmatada na Amazônia nos últimos 12 meses.

O maior crescimento percentual ocorreu no Maranhão - 2.060%, em relação ao ano anterior -, onde a área destruída saltou de 10 para 216 quilômetros quadrados.
Capobianco disse que a situação maranhense é assustadora, mas pouco significativa em números absolutos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a queda de 2004 para 2005 foi a mais acentuada desde 1997.

O Globo, 06/09/2006, O País, p. 18

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