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Dilma falará de Amazônia na Cúpula do Clima

OESP, Metrópole, p. A18
23 de Set de 2014

Dilma falará de Amazônia na Cúpula do Clima
Evento em Nova York que conta com líderes de 125 países dará visibilidade às medidas contra o aquecimento global

Cláudia Trevisan

Sob o impacto de manifestações que reuniram mais de 600 mil pessoas em diversas cidades do mundo no domingo, incluindo Bogotá e Rio, líderes de 125 países devem encontrar-se nesta terça na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Cúpula do Clima em Nova York. O evento tentará criar disposição política global para a adoção de novos compromissos de redução de emissões de gases que provocam efeito estufa.
A presidente Dilma Rousseff só decidiu ontem discursar na cúpula, onde falará também da redução no desmatamento da Amazônia Legal de 2004 a 2013, do investimento do governo em fontes limpas de energia e da promoção de políticas de desenvolvimento sustentável aliadas a ações de inclusão social. Mas deve esperar forte pressão de ambientalistas. Eles esperam que Dilma não só ratifique compromissos firmados pelo Brasil em Copenhague (2009) - em especial o de reduzir as emissões -, mas também mostre como o País está se preparando para colocá-los em prática até 2020, marco estabelecido na capital dinamarquesa.
Ainda que não tivesse essa obrigação, por ainda estar em processo de desenvolvimento, o País se comprometeu a baixar o volume dos gases entre 36,1% e 38,9% até 2020, assumindo um papel de protagonismo entre seus pares, e a deter o desmatamento na Amazônia em até 80%, lembra Marcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental. Entre 2005 e 2012, as emissões caíram 36,7%. Mas a curva de lá para cá se inverteu. "Andamos para trás."
O encontro de Nova York será o maior já realizado com líderes mundiais para discutir o aquecimento global, segundo estimativa da ONU. Mas nenhum acordo ou anúncio coletivo é esperado. A Cúpula do Clima é um evento político paralelo às negociações sobre mudança climática, que terão um capítulo decisivo em Paris em dezembro de 2015, quando devem ser aprovadas novas metas de corte de emissões.
O objetivo do encontro da ONU é dar visibilidade a medidas que estão sendo adotadas pelos países para combater o aquecimento global e impulsionar as difíceis negociações. Divergências sobre a responsabilidade de países desenvolvidos e em desenvolvimento estão na origem dos obstáculos que dificultam a obtenção de um acordo para o enfrentamento do aquecimento global.

Ausências. Apesar de numerosa, a cúpula terá ausências marcantes. Maior emissor de gases que provocam efeito estufa, a China não será representada pelo presidente Xi Jinping, mas pelo vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli. Os líderes de Índia, Canadá e Austrália também faltarão.
Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai defender ações para combater a mudança climática nas Nações Unidas, mas ele enfrenta dificuldades para convencer o Congresso americano a aprovar legislação que limite as emissões domésticas. / Colaboraram Altamiro Silva Júnior, Correspondente, Roberta Pennafort e Rafael Moraes Moura, Enviado Especial

Negociações

O que é
Cúpula do Clima da ONU;

Onde
Sede da ONU em Nova York;

Quem participa
Mais de 120 chefes de Estado e lideranças de empresas e organizações da sociedade civil;

Objetivos
Estabelecer compromissos de ação em áreas criticas para manter o aumento global de temperaturas abaixo de 2C; Avançar na agenda climática para subsidiar a 21a Conferencia do Clima (COP-21), em Paris em janeiro de 2015;

Agenda
Lideres devem mostrar o que estão fazendo em seus países para conter o impacto da mudança climática; Deverão ser anunciadas futuras ações, níveis de emissões e novos sistemas de financiamento do clima;

Temas
Oito "áreas de ação" estabelecidas: agricultura, cidades, energia, financiamento, florestas, indústria, resiliência e transportes;

Questões em aberto
Não ficou definido como serão financiados os mecanismos de "perdas e danos", para compensar nações vulneráveis que não tem como se adaptar as mudanças climáticas, ou que já sofreram catástrofes ambientais; Nações emergentes alegam que países ricos devem arcar com maior parte dos esforços para controlar as mudanças climáticas, por serem responsáveis históricos pelas emissões. Os países desenvolvidos acham que os emergentes devem fazer sua parte, independentemente do que ocorreu no passado.

OESP, 23/09/2014, Metrópole, p. A18

http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-falara-de-a…

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