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Diagnóstico alerta: estado é de atenção

Cidade de Bragança, Capa, p. 1
15 de Abr de 2007

Diagnóstico alerta: estado é de atenção

Andréa Ono
Pag1@uol.com.br

Surpresa ingrata: 70% da área abrangida pelo Sistema Cantareira é de uso antrópico, ou seja os diversos usos pelo homem do território, que não sejam os usos urbanos. Compreendem as pastagens, agricultura, solo exposto, movimentação de terra, mineração, indústrias, áreas "abandonadas" ou sem uso aparente. Na bacia do Jaguari esta taxa é de 72,4%. Estas são algumas das conclusões fornecidas pelo diagnóstico socioambiental, apresentando no último dia 11, pelo Instituto Socioambiental (ISA), no campus de Bragança da Universidade São Francisco. "O quadro é de atenção", alerta Marrussia Whately, coordenadora do Programa Mananciais do ISA, que já conclui os estudos na Billings e Guarapiranga. De acordo com o estudo que apresenta, além da caracterização do sistema que abrange 12 municípios e as alterações sofridas especialmente com relação ao uso do solo, as ameaças e perspectivas, é necessários que os diversos setores se comprometam e se envolvam em ações que garantam a reversão deste quadro. O diagnóstico foi elaborado a partir de reuniões com organizações não governamentais da região da Cantareira, prefeituras, órgãos responsáveis pela distribuição e saneamento de água, análise de mapas e dados estatísticos e trabalho de campo -visitas e sobrevôos. O objetivo da audiência na USF foi a checagem das informações e avaliação das informações que constarão de publicação, cujo lançamento ocorrerá entre maio e junho. Entre as ações propostas pelo estudo, e referendada pelos presentes à apresentação, está a mobilização pela implantação efetiva de unidades de conservação. "98,6% do sistema são considerados unidades de conservação, mas somente 0,5% efetivamente protegida. São cinco áreas de conservação que existem só no papel", informou Maresia. Corno era de se esperar, a ocupação dispersa e a falta de esgotamento sanitário estão entre os principais fatores que ameaçam a qualidade da água. Os afluentes recebem praticamente todo o esgoto e o número cada vez maior de edificações em locais distantes dos centros urbanos, como condomínios às margens dos reservatórios, ajuda a piorar a situacão. O município com maior taxa de ocupação dispersa é Bragança, 61,8%. De acordo com representantes da Sabesp, as ações de contenção da expansão urbana nestas áreas é dificultada pelo interesse dos municípios no aumento da arrecadação do IPTU, política sobre a qual a Sabesp não tem como intervir. Como se isso não bastasse, a região do Jaguari conta com a maior taxa de degradação de APPs hídricas. Isto é, onde os limites legais de proteção à nascentes e mananciais é mais desrespeitada No Jaguar 73% o das APP hídricas estão alteradas por usos de ocupação, somente 8,9% estão preservadas. Enquanto isso, no Guarapiranga e na Billings, onde a ocupação é muito superior, este percentual é bem menor 30% e 40%. Por fim, além das conclusões do diagnóstico, a situação das áreas abrangidas pelo Sistema Cantareira pode ser explicada pela ausência de representantes da maioria das prefeituras dos municípios inseridos no Sistema Cantareira. "Onde estão os vereadores e prefeitos?
Ou não estamos incomodando o suficiente, para estejam aqui sentados, para receber estas informações?', questionou Marcos M. Atihé, da Secretaria Nacional de Gestão Pública, do governo federal. 'É importante e urgente que os órgãos responsáveis pela gestão desta região, sejam os órgãos municipais, estaduais ou federais, assim como as organizações da Sociedade Civil, passem a olhar para o Sistema Cantareira de forma integrada e implementem ações que garantam vida longa a este manancial estratégico', completou Marussia.
Mais informações podem ser encontradas no endereço www.mananciais.org.br

Cidade de Bragança, 15/04/2007, Capa, p. 1

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