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Detido suspeito de envenenar macacos-prego no Parna de Brasília

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Carla Lisboa
24 de Set de 2009

Equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que atua no Parque Nacional (Parna) de Brasília (Água Mineral) suspeita que a morte dos três macacos-prego encontrados na unidade de conservação pode ter sido causada por envenenamento. Suspeita-se, até mesmo, de um visitante que frequenta o parque e foi pego hoje (24/9) jogando sanduíches de pão de forma no interior da unidade.

O analista ambiental e chefe substituto do Parna, Tarcísio Proença Pereira, contou que depois de receber informações de que os laudos sobre as mortes dos primatas eram inconclusivos, a equipe do parque dedicou-se a investigar causas que poderiam ter provocado a morte dos animais e, dentre as hipóteses levantadas, foi considerado o envenenamento.

O fato de os três animais mortos terem sido encontrados em estado avançado de decomposição, impossibilitou a Vigilância Ambiental do Governo do Distrito Federal de descobrir todas as possíveis causas das mortes. Segundo o chefe-substituto do parque, em apenas um dos primatas foi possível verificar que o resultado do teste de Raiva foi negativo. Nos demais, nem este teste foi possível ser feito.

Durante as investigações para identificar as razões da morte dos macacos, integrantes da equipe conversaram com vários frequentadores do parna e suspeitaram de um homem de 71 anos, que vai diariamente ao local. Ontem ele foi visto entrando na unidade com saquinhos e voltando sem eles. A equipe do Parque montou uma operação para flagrá-lo hoje (24), e conseguiu, durante a campana, apanhá-lo com dois sanduíches. Proença disse que, ao ser preso, o homem confessou que matava os macacos-prego por acreditar que eles eram espécies introduzidas na região e, por isso, responsáveis pelo desaparecimento das aves do parque nacional.

O chefe-substituto da unidade esclarece que, além de ser uma espécie endêmica (natural da região), o macaco-prego é um animal silvestre, predador, que ataca ninhos para se alimentar de ovos, contudo, "isso não é motivo para elegê-lo como responsável pelo desaparecimento de aves do parque, o que não se pode afirmar, pois não existem estudos científicos que comprovem tal alegação", explica. Ele informa também que não há registro de desaparecimento de aves do parque nacional.

Morte de macacos-prego - Analistas ambientais do Parque Nacional de Brasília registraram o óbito de dois macacos-prego da espécie Cebus libidinosus neste mês. Os três animais encontravam-se em adiantado estado de decomposição e somente um deles pôde ser recolhido pela equipe da Vigilância Ambiental para a realização de exames. De acordo com informações da equipe do Parna, "só foi possível fazer o exame para Raiva, cujo resultado foi negativo".

A Vigilância Ambiental recomendou o monitoramento dos macacos, informar aos visitantes para manter os cartões de vacinação em dia e não manter, em nenhuma hipótese, contato com animais vivos, mortos ou doentes e nem tocá-los. A equipe do ICMBio no Parna avisa que a existência dos parques nacionais e de outras áreas protegidas se consolida com a visitação das pessoas, contudo, ao permanecer numa dessas áreas protegidas, o visitante deve respeitar o ecossistema, procurar mantê-lo o mais protegido possível de impactos que provoquem degradação, principalmente, danos à flora e à fauna. Por isso, uma das principais recomendações é não oferecer alimento aos animais e nem deixar alimentos no parque.

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