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Desnutricao atinge pelo menos 136 criancas indias em aldeias de MS

O Globo, O Pais, p.12
10 de Mar de 2005

Desnutrição atinge pelo menos 136 crianças índias em aldeias de MS
Evandro Éboli
De um total de 534 crianças indígenas da etnia guarani-caiová examinadas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em aldeias do Mato Grosso do Sul, 136 estão desnutridas ou em risco de desnutrição. Esse número representa 25,4% dos indiozinhos avaliados pelos médicos da Funasa.
Depois das oito mortes de crianças com desnutrição, o governo está dando atenção aos novos casos. Os 136 desnutridos diagnosticados pela Funasa estão recebendo tratamento, com acompanhamento de equipes de médicos, enfermeiras e nutricionistas em Dourados. O presidente da Funasa, Valdi Camarcio Bezerra, disse que esses casos são preocupantes, mas garantiu que as crianças estão recebendo o tratamento adequado para que o quadro clínico não evolua e elas não precisem ser internadas.
Crianças recebem suplemento alimentar
Segundo Camarcio, as 136 crianças já estão recebendo a multimistura, uma farinha fabricada a baixo custo utilizada como suplemento alimentar. A Pastoral da Criança está auxiliando no trabalho. Estão sendo distribuídos também leite, sopão e cestas básicas.
Os desnutridos estão sendo monitorados diariamente pela equipe multidisciplinar. As crianças têm idades que variam de 6 meses a 2 anos. Os casos foram registrados nas aldeias de Bororó e Jaguapiru. O presidente da Funasa explicou que a recuperação plena da saúde de uma criança desnutrida leva de três a seis meses, quando alcança o peso ideal para sua idade.
— O processo de recuperação de uma criança desnutrida é lento e permanente. O governo reforçou o atendimento e a orientação nutricional aos índios — disse Camarcio.
O presidente da Funasa afirmou que o órgão não tem culpa pelos casos de desnutrição. Ele disse que não cabe à Funasa distribuir cestas básicas.
A Funasa vai abrir uma nova unidade pediátrica no Hospital Universitário de Dourados, com novos leitos de terapia e outros oito leitos na enfermaria.

O Globo, 10/03/2005, p. 12

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