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Desmate cai após gabinete de crise

OESP, Vida, p. A18
07 de Jun de 2011

Desmate cai após gabinete de crise
Duas semanas depois de sua criação, motosserras reduzem ritmo na Amazônia

Marta Salomon / Brasília

Pouco mais de duas semanas após a criação do gabinete de crise para combater o aumento do desmatamento na Amazônia, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o ritmo das motosserras diminuiu a ponto de afastar a expectativa de que o abate de árvores em 2011 fosse maior do que o dos dois anos anteriores.
No auge da crise, quando os satélites apontaram que o desmatamento havia quintuplicado em março e abril, o governo chegou a estimar que a taxa anual poderia alcançar 8,8 mil quilômetros quadrados em 2011.
Isso significaria ultrapassar os índices de 2009 e 2010, dois recordes sucessivos, de 7.464 quilômetros quadrados e 6.451 km2, respectivamente. A taxa anual é medida entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.
Caso confirmada a expectativa do governo quando criou o gabinete de crise, estaria ameaçado um dos principais compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa, objeto de lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2009, que prevê a redução em 80% do desmatamento na Amazônia.
"Ainda é cedo para afirmar se teremos uma taxa anual inferior ou um pouco superior à do ano passado", comentou a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. O Inpe só divulgará a taxa oficial de desmatamento de 2011 no final do ano.
De acordo com dados do Inpe, o desmatamento nos municípios que registraram situação recente mais crítica - Sinop, Cláudia, Santa Carmem, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Porto dos Gaúchos -, o ritmo das motosserras caiu de 175 quilômetros quadrados para 17 km2.
No Estado do Pará, onde as nuvens atrapalhavam as imagens de satélite, o desmatamento não explodiu, como temia o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"Podemos afirmar que a situação está sob controle", afirmou ontem o presidente do Instituto, Curt Trennepohl.
Atuação. O Ibama contabiliza 23 frentes de ação contra o desmatamento nos Estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Rondônia, Acre e Maranhão. Mais de 700 homens estão em campo.
Até o final do mês de maio, o instituto já havia embargado 40 mil hectares de terras e aplicado multas no valor de R$ 296 milhões. Durante as operações, foram apreendidos 81 caminhões, 60 tratores, 46 mil metros cúbicos de madeira, 5,4 mil cabeças de gado e 2,5 mil toneladas de grãos.
Perspectiva
Izabella Teixeira
Ministra do Meio Ambiente
"Ainda é cedo para afirmar se teremos uma taxa anual inferior ou um pouco superior (de desmatamento)
à que tivemos no ano passado."

OESP, 07/06/2011, Vida, p. A18

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110607/not_imp728923,0.php

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