VOLTAR

Desmatamento fornece carvão a siderurgia do PA e MA, diz Ibama

FSP, Ciência, p. A18
21 de Set de 2005

Desmatamento fornece carvão a siderurgia do PA e MA, diz Ibama
Atividade teria movimentado R$ 385 milhões

Da reportagem local

Um levantamento feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) diz ter encontrado o que pode ser "o quinto motor" do desmatamento da Amazônia. Além da grilagem, da exploração de madeira, da pecuária e da monocultura, a floresta amazônica do Pará e do Maranhão está sendo ilegalmente transformada em carvão para alimentar a indústria siderúrgica desses Estados.
Segundo o relatório, cujos dados foram divulgados no fim da semana passada, o carvão abastece principalmente as usinas do pólo siderúrgico de Carajás (PA). A investigação, que abrange os anos de 2000 a 2004, verificou que as siderúrgicas paraenses e maranhenses deixaram de declarar a origem de 7,7 milhões de metros cúbicos de madeira. O total de carvão consumido ilegalmente equivaleria a R$ 385 milhões.
As próprias informações fornecidas pelas indústrias mostram que seu consumo é superior ao carvão que pode ser obtido de fontes legais (como reflorestamento e sobras da produção de móveis), segundo o Ibama. Em uma das siderúrgicas, a fiscalização constatou a presença de tabelas de preço de carvão produzido com e sem a autorização necessária para a derrubada.
De 2002 até hoje, o Ibama havia aplicado 219 multas pela exploração ilegal da floresta para produzir carvão nos dois Estados, totalizando R$ 9,568 milhões em penalidades. Com os dados do levantamento, no entanto, o órgão afirma que as multas poderão chegar a R$ 537 milhões no Pará e 339 milhões no Maranhão. Além disso, as empresas poderão ser forçadas a reflorestar a região.
O Ibama deverá realizar vistoria também em Minas Gerais, que recebe carvão do Nordeste, Centro-Oeste e Norte. (RJL)

FSP, 21/09/2005, Ciência, p. A18

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.