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Desemprego indígena devido ao fim do plantio da cana é tema de debate

Midiamax - http://www.midiamax.com/
15 de Abr de 2010

O diretor geral da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Cícero Ávila, participou de uma ação em conjunto na construção de uma proposta para a atual realidade dos povos indígenas em Caarapó, organizada pela CPI MS-FCT (Comissão Permanente de Investigação das Condições de Trabalho de Mato Grosso do Sul).

Reúnem-se na Câmara Municipal de Caarapó 38 entidades entre governamentais e não governamentais para discutir e ouvir a questão do desemprego estrutural ocasionado pelo fim do plantio e corte manuais de cana-de-açúcar.

Na região são duas aldeias indígenas, Quiraroka e Te'yikue da etnia Kaiowa'Guarani, totalizando cerca de seis mil indígenas. Com a implantação das novas tecnologias, maquinários nas plantações e colheitas de cana, serão mais de 405 indígenas que ficarão desempregados, com isso deixam de circular na economia local R$ 163 mil por mês.

O objetivo é colocar em discussão e ouvir os desejos dos indígenas, para considerar os fatores antropológicos, culturais, para não ferir ou desrespeitar seus valores. Ampliando o diálogo é possível buscar alternativas para solucionar a problemática.

Segundo Maucir Pauletti, coordenador da CPI, MS-FCT, "após a notícia da mecanização do trabalho nas usinas houve uma grande angústia por parte dos indígenas, levantando uma questão, o que fazer agora. Nossa intenção é ouvir os desejos das comunidades, para sinalizarmos o que é bom para eles e buscar alternativas para solucionar os problemas dentro da realidade indígena".

Cícero Ávila "destaca que o governo do Estado está fortalecendo o diálogo social em conjunto para enfrentar o grande desafio do desemprego estrutural. Os caminhos passam por uma identificação da comunidade, pela avaliação do perfil de escolaridade e pelos investimentos em qualificação profissional".

No Estado são vinte e uma usinas com 8 mil trabalhadores indígenas, a estimativa do governo estadual é que essas mudanças sejam concretizadas até 2016 e, do governo federal, até 2018, visando melhorar a questão ambiental e as melhoras nas condições de mão-de-obra.

A Funtrab já vem atuando na busca de políticas públicas, visando melhorias para as comunidades indígenas, pois que o trabalho manual nas usinas ao longo do tempo trás muitas doenças ocupacionais. Estudos apontam que a vida útil de um trabalhador dessa atividade é de dez a 15 anos. A preocupação é não ferir as questões culturais indígenas, saber se esses índios podem ser treinados para novas atividades.

Caarapó conta com um Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador), localizado na avenida Presidente Vargas, 861, Centro).

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