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Desastre ecologico marcou a construcao de Balbina

OESP, Economia, p.B11
30 de Jan de 2005

Desastre ecológico marcou a construção de Balbina
Usina construída ao norte de Manaus nos anos 70 é citada até hoje como exemplo de destruição ambiental
A exploração do potencial hidrelétrico da Amazônia, principal fronteira energética brasileira, já é marcada por um desastre ambiental usado como exemplo na literatura específica: a hidrelétrica de Balbina.
Localizada no Rio Uatumã, a 180 quilômetros ao norte de Manaus, a usina é considerada uma das menos eficazes do País: gera apenas 250 MW com um reservatório de 2.380 km2. Ou seja, 0,11 MW por km2 alagado, quando a razão média para projetos eficientes de geração hidráulica chega a 1 MW por km2.
Sua construção, iniciada na década de 70, foi marcada por uma série de equívocos. O primeiro deles foi a escolha de uma região extremamente plana para sediar uma hidrelétrica, o que ampliou a área do reservatório.
Em segundo lugar, a retirada da vegetação existente no local foi insuficiente, o que deu margem à criação de inúmeros paliteiros na região, cuja decomposição tornou inabitáveis os afluentes do Uatumá.
As populações indígenas, que na época não tinham proteção constitucional, também foram afetadas. Cerca de um terço dos Waimirim-Atroari tiveram de ser deslocados de forma indiscriminada para regiões mais distantes do rio, eliminando referências e tradições.
Atualmente, Balbina é responsável por metade do abastecimento de energia de Manaus. Grupos ambientalistas chegaram a propor a derrubada da barragem, para posterior reflorestamento da região, uma vez que o custo da energia gerada é comparável ao de térmicas.

OESP, 30/01/2005, p. B11

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