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Desaparecidos no AM foram mortos por índios, afirma PF

FSP, Poder, p. A10
01 de Fev de 2014

Desaparecidos no AM foram mortos por índios, afirma PF
Cinco indígenas estão detidos; Funai diz que não teve acesso a inquérito
Polícia concluiu que dois homens foram mortos a tiros e um foi degolado; cadáveres não foram localizados

De São Paulo colaboração para a Folha, em Porto Velho

A Polícia Federal responsabilizou índios tenharim da região de Humaitá (AM) pela morte, dentro de aldeia da etnia, de três homens desaparecidos desde o mês passado.
Na primeira confirmação oficial sobre a morte dos desaparecidos, a PF afirmou ontem que os índios ocultaram os cadáveres --que não foram localizados. Cinco índios estavam presos ontem em Porto Velho sob suspeita de participação nos homicídios.
"As conclusões da investigação apontam para a ocorrência de homicídio praticado pelos presos dentro de uma das aldeias e posterior ocultação dos cadáveres. Os corpos ainda não foram localizados", informou a PF em nota divulgada ontem.
Entre os detidos estão o cacique Domiceno Tenharim e dois filhos do cacique Ivan Tenharim --cuja morte, no início de dezembro, teria desencadeado a vingança dos índios, o que eles negam.
O professor Stef de Souza, o funcionário da Eletrobras Aldeney Salvador e o representante comercial Luciano Ferreira percorriam a Transamazônica quando desapareceram, em 16 de dezembro.
Os desaparecimentos desencadearam violentos protestos em Humaitá no fim de dezembro. Moradores atearam fogo à sede da Funai e destruíram veículos e barcos que transportavam índios.
Parentes de Stef de Souza que estiveram ontem na PF em Porto Velho em busca de informações disseram ter recebido detalhes da apuração.
Segundo o irmão de Stef de Souza, a PF concluiu que dois homens foram mortos a tiros, e que um foi degolado.
"O delegado [Alexandre Alves] disse que meu irmão e o Luciano morreram atingidos por tiros. O Aldeney saiu do carro e apresentou o crachá da Eletrobras, até porque era conhecido dos índios, mas foi obrigado a se ajoelhar e acabou degolado", afirmou Stefanon Pinheiro de Souza.
Em nota, a Funai disse que não teve acesso ao inquérito policial e que "desconhece as razões pelas quais as ordens de prisão foram expedidas".
A entidade informou ainda que monitora a situação e que os indígenas contam com assessoria jurídica.
A Folha não conseguiu localizar o advogado da Associação Indígena Tenharim, Ricardo Albuquerque.

FSP, 01/02/2014, Poder, p. A10

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/150266-desaparecidos-no-am-foram…

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