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Desabastecimento, plantações destruídas e até falta de oxigênio: entenda os impactos da seca em cidades do Amazonas

O Globo - https://oglobo.globo.com/
18 de Jul de 2024

Desabastecimento, plantações destruídas e até falta de oxigênio: entenda os impactos da seca em cidades do Amazonas
Expectativa do governo estadual é que a estiagem de 2024 supere a do ano passado; 20 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência

18/07/2024

Com pouco mais de 17 mil habitantes, o município de Envira, no Sudoeste do Amazonas e a 1,2 mil km de Manaus, tem 10 mil moradores com a vida afetada pela seca que isolou comunidades, encalhou embarcações e causa problemas de abastecimento. O temor das autoridades é que esses problemas se espalhem para o resto do Amazonas, onde o governo espera que a seca deste ano supere a do ano passado, até então a mais rigorosa da história. Até o momento, 20 dos 62 municípios amazonenses já estão em situação de emergência.

O governo também decretou emergência ambiental no estado devido a queimadas registradas no sul do Amazonas, Manaus e Região Metropolitana. Os decretos têm validade de 180 dias.

Na capital do estado, o nível do Rio Negro desceu 54 centímetros só em julho. Entre domingo e segunda-feira, o Rio Solimões baixou mais seis centímetros, atingindo a cota de 5,76m. Dos 20 municípios em emergência, sete estão na região do Alto Solimões: Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.

No vizinho Acre, a seca também é um problema. Três meses após a segunda maior cheia do Rio Acre ter destruído várias plantações na zona rural de Rio Branco, a estiagem tem atrasado o crescimento das plantações. Na capital acriana, o acumulado de chuvas durante todo mês de junho não passou de 21,1 milímetros. O número representa apenas 34% do total esperado, de 62 milímetros.

Abastecimento
Em Envira, a estiagem já superou os números do ano passado, e mais cedo. No dia 16 de julho de 2023, o nível do Rio Tarauacá media 8,55 metros. Um ano depois, na terça-feira, o nível estava em 5,26 metros.

Na foz do Rio Jurupari, um dos afluentes do Rio Envira, já é possível fazer o trajeto entre as duas margens a pé. No fim de semana, a profundidade chegou a 1,22 metro. No ano passado, no mesmo trecho, a profundidade era de 6,77 metros.

Segundo a Defesa Civil, das 10 mil pessoas afetadas no município pela menor vazão dos rios Tarauacá e Envira, 3 mil estão nas zonas ribeirinhas, fora da sede. O isolamento do município torna o problema mais grave. Em condições normais, é mais fácil e vantajoso chegar a Envira por Feijó, cidade acriana a 89 km, de barco ou avião. Com a seca, esse trajeto, que já era difícil, fica ainda pior.

Com o isolamento, Envira pode ficar sem oxigênio, segundo o secretário de saúde, Maronilton Silva:

- Hoje, a nossa logística se faz pelo Acre, com os cilindros saindo de de Feijó. Isso levava dois, três dias. Hoje, são 11, 12 dias.

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/07/18/desabastecimento-pla…

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