VOLTAR

Deputado pede força-tarefa em Pau Brasil para evitar mortes de índios

O Globo-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Catia Seabra
23 de Jul de 2002

O deputado Walter Pinheiro (PT-BA) quer a atuação de uma força-tarefa na reserva de pataxós na cidade de Pau Brasil (BA), onde um índio foi assassinado na última quinta-feira. O petista pede uma ação conjunta da Funai e da Polícia Federal na área e, ainda, que o governo federal inicie a regulamentação da reserva, com a retirada de fazendeiros. A regulamentação depende, no entanto, do julgamento de um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal tendo o ministro Nelson Jobim como relator.

O deputado solicitou uma audiência com o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, para o início desta tarde, mas o ministro alegou que teria reuniões marcadas. Pinheiro disse que retornaria para a Bahia ainda hoje a pedido dos índios. Ele denunciou que 200 pistoleiros estão no local, que as casas estão marcadas por balas e que a PF já desativou duas bombas na região.

- Enquanto espero a boa vontade dele (ministro da Justiça), os índios estão morrendo - afirmou.

A intervenção da PF na região para evitar mais mortes já havia sido pedida ao ministério, na semana passada, pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica.

Na última quinta-feira pistoleiros teriam emboscado o líder indígena Raimundo Demociano dos Santos, na fazenda Braço da Dúvida, região do Taquari, município de Pau Brasil. Segundo o Cimi, o índio da tribo pataxó hã-hã-hãe teria sido assassinado por capangas de um fazendeiro que tenta expulsar os índios da região, na qual está em disputa judicial a posse de 53 mil hectares.

Segundo o Cimi, no início do ano, outro pataxó foi assassinado na região também por causa da disputa pela posse de terras.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.