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Deputado diz que Cimi luta pela internacionalização da Amazônia

Folha de Boa Vista
01 de Ago de 2001

O deputado federal Salomão Cruz (PPB) acredita que o Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e o Conselho Indígena de Roraima (CIR), um apoiando o outro, lutam por uma divisão geopolítica que permitiria o surgimento de nações a partir de características étnicas. O parlamentar acha que o presidente da República está sendo "frouxo" quando se trata das questões ambiental e indígena na Amazônia.
De acordo com o deputado, o Cimi é o braço religioso em defesa das grandes extensões de áreas indígenas e só atua na Amazônia. Argumenta que no Mato Grosso, onde existem 31 mil índios e áreas de 300 metros quadrados por indivíduo, a organização não participa de questões mais graves que as vistas em Roraima. "Lá, todo ano morrem quase 50 índios Caiuá/Guarani devido a uma violenta política de exclusão social e o Cimi não tem nenhuma participação na solução deste problema", comentou.
Salomão Cruz afirmou não ter dúvida que o interesse do Cimi em atuar apenas na Amazônia decorre da luta que desenvolve pela internacionalização. "O Cimi vende a divisão geopolítica, possivelmente com a perspectiva de criação de novos países nesta região. Se deixarmos que esta questão seja conduzida como está sendo, teremos aqui vários países delimitados em função da questão étnica", disse.
Segundo ele, pelo menos duas nações são previstas para a região: a Yanomami e outra formada pelos índios em processo de aculturação mais evoluído como os Macuxi, Wapixana e Taurepang, entre outros. "Esta proposta está embutida na política expansionista e nesta ação de denegrir a imagem pública de instituições como o Exército brasileiro, feita pelo Cimi na Amazônia e em especial aqui em Roraima", continuou.
O deputado acredita que a forma mais transparente de definir a construção do pelotão em Uiramutã seria o Ministério Público Federal fazer um plebiscito para saber se os índios querem a obra ou não. "Tenho certeza que a maioria dos índios quer a construção do quartel".
Para ele, o Cimi, através do CIR, que é o braço índio de sua ação em favor da demarcação de vastas áreas indígenas, não aceita fazer o plebiscito e usa a internet para denegrir a imagem do Exército. Disse que existe um motivo especial para a campanha contra o Exército. Argumenta que a WWF (Ong que trabalha com a questão ambiental na Amazônia) fez uma pesquisa e constatou que a instituição mais respeitada na região, pelas próprias populações nativas, é o Exército.
"Depois desta pesquisa através da internet, o Cimi e o CIR têm criado uma imagem negativa das Forças Armadas Brasileiras. Não tenho dúvida que eles sabem que a construção do pelotão de Uiramutã não só vai garantir a integridade do território nacional, como vai tirar a influência que eles têm", frisou.
"Para o Cimi e o CIR atuarem da forma que pretendem, os índios têm que estar em situação de mendicância, de pobreza absoluta. A construção do pelotão de Uiramutã vai levar a presença do Estado com saúde, educação, ação social e transporte. Isso significa a diminuição da influência que têm naquela região", complementou.
Cruz recorda que no episódio sobre a sedução de índias yanomami, a organização indígena deu uma dimensão maior do que o fato. Para isto, teria publicado no jornal do Cimi uma foto que não era de um soldado, como alegavam. Para o parlamentar, aquele fato guarda semelhanças com a de agora, quando o coordenador do CIR, Jacir José, mostrou na imprensa o coturno e o boné, dizendo que os objetos foram recolhidos na invasão de soldados numa comunidade indígena.
"Que militar que vai fazer uma invasão e deixa seus sapatos? Os objetos foram apanhados em algum local e orientados pelo Cimi. Mentiram com objetivo de lançar a reportagem na internet para denegrir a imagem do Exército brasileiro", criticou.

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