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Deputado afirma que Ongs espalham discórdia em RR

Folha de Boa Vista-RR
19 de Fev de 2002

Na avaliação do deputado estadual Gelb Pereira (PDT), os episódios vistos no Município do Uiramutã, que culminaram com a detenção do fotógrafo francês Antoine Juarez - por índios contrários ao CIR - e da prisão de jovens que faziam trilha na região, por aliados do CIR, fazem parte de uma estratégia das Ongs para espalhar a discórdia entre índios e não-índios.
Ele disse que, como na maioria dos demais estados brasileiros, os estrangeiros têm facilidade em transitar pelo país, até em áreas restritas aos nativos. Cita como exemplo a organização de seqüestradores e o poder que têm através das Organizações não-governamentais (Ongs) sobre as áreas indígenas.
"Estrangeiros entram com facilidade tanto na Raposa/Serra do Sol quanto na Yanomami. Soltaram o jornalista francês e seus equipamentos porque a Funai está a serviço de Ongs internacionais. No meu ponto de vista, isso visa a divisão da sociedade. A nossa sorte é que o povo brasileiro é manso. Se de repente alguém proibisse o Jacir (coordenador do CIR) de andar fora da área Raposa/Serra do Sol, estaria criado o clima de divisão entre a sociedade índia e não-índia", argumentou o deputado estadual.
De acordo com Gelb Pereira, além da demarcação de áreas indígenas, o país perdeu o controle sobre outras questões. Disse que a violência grassa de ponta a ponta, as Ongs ganharam mais importância que os poderes constituídos, principalmente na Amazônia, decorrendo daí o descontrole.
"Não se entende como a Funai, um órgão de terceiro escalão, tem poderes para demarcar 4 milhões e 500 mil hectares no Planalto Goiano e no Pico da Neblina. Por trás dos movimentos indígenas por demarcação de terras estão as Ongs, interessadas em criar a divergência e evitar nosso desenvolvimento", frisou.
"A saída seria mudar a Constituição, retirando poderes da Funai e passando para o Congresso Nacional. Se não for assim, perderemos o sentimento de cidadão e podem prosperar movimentos radicais para se contrapor a estas ações que vêm sendo praticadas com o consentimento do Governo Federal", complementou Pereira.

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