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17 de Jul de 2024
De Baku a Belém: redes de especialistas amazônicos se reúnem para debater a COP30
17 de julho de 2024
Raisa de Araújo - Da Cenarium
BELÉM (PA) - Debater a estrutura da Região Metropolitana de Belém e se preparar para as rodadas de negociações da Conferência das Nações Unidas pelo Clima (COP30), que vai ser realizada na capital do Pará, em novembro de 2025, têm sido tema de reuniões governamentais e da sociedade civil na região, desde o anúncio da sede do evento, em maio de 2023.
Em Belém, as redes de especialistas pelo clima têm se organizado para ampliar o debate reforçando as pessoas amazônidas como protagonistas nos espaços de decisão e preparando a sociedade para o evento. Essa foi a proposta da Rede Amazônidas pelo Clima, da Laclima e do Canto Coworking, que promoveram uma roda de conversa, na noite dessa terça-feira, 17, para pautar temas como financiamento climático, metas NDCs, estrutura de Belém, sistemas alimentares, importância da juventude nos debates e outros assuntos que vão ajudar na construção da pauta climática amazônica.
Evento reuniu ativistas ambientais na cidade-sede da COP30 (Raisa de Araújo/CENARIUM)
Para o advogado Ciro Brito, que compõem a rede Laclima, e que mediou o debate, o evento é importante para expandir reflexões sobre assuntos relativos a COP30, além de difundir mensagens de especialistas, pesquisadores e organizações da sociedade civil. "Isso ajuda a população a ir tomando para si o debate e se apropriando sobre a COP e as soluções sobre as mudanças climáticas e a importância disso se expandir para a políticas subnacionais e nacional", comentou o advogado.
De Baku a Belém
Um dos primeiros assuntos levantados no debate foi o financiamento climático. A advogada Lise Tupiassu introduziu essa questão falando sobre o montante de dinheiro que se aproxima de 1 trilhão de dólares de recursos destinados para as mudanças climáticas, mas que está sendo destinado para estratégias que não são essenciais. Por isso, a importância de se aprofundar na sistemática do financiamento.
Antes de chegar a Belém, a COP passa pela cidade de Baku, no Azerbaijão, ainda neste ano, que é quando os países irão falar sobre financiamento climático e quais são os caminhos que esse financiamento vai tomar, ou seja, como ele vai acontecer, onde ficará guardado; se será empréstimo ou se será um fundo e como todo esse investimento ajudará especialmente o sul global a fazer uma transição energética justa e sustentável.
Rede Amazônidas pelo Clima, Laclima e Canto Coworking organizaram o encontro (Raisa de Araújo/CENARIUM)
Chegando na COP da Amazônia, o mundo debaterá as metas NDCs, onde a principal referência para os países signatários do Acordo de Paris será o próprio Brasil. Durante o encontro nessa terça, Waleska Queiroz, Leonildes Nazar e Hannah Balieiro trouxeram para o debate o protagonismo da juventude e o envolvimento da sociedade civil para atingir as metas NDCs. Elas defendem, principalmente, que essa é uma COP da democracia e que a crise climática não é ambiental, ela é social, cultural, e afeta principalmente as pessoas.
Para Leonildes Nazar, do Instituto do Clima e Sociedade (ICS), é possível fazer a transição energética sem envolver a sociedade. "É possível retirar os carros das ruas e acabar com as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera (...) é o que a gente quer?", questionou.
Estrutura da cidade
Quem anda pelas ruas da Região Metropolitana de Belém pode confirmar que a cidade se transformou em um grande canteiro de obras. Todos os principais pontos da região estão sendo reformados. Lucas Nassar, do Laboratório da Cidade, que também faz parte do Comitê COP30 garantiu que Belém está no tempo certo, ou até adiantada nas obras para receber a conferência, isso quando comparada às últimas COPs que receberam centenas de participantes.
São esperados cerca de 50 mil participantes e a expectativa é que, somando as hospedagens de hoteis, hostels, navios e contêineres, e a cooperação de ações governamentais e privadas, será possível hospedar pelo menos 45 mil participantes. Para além disso, a frota de ônibus será renovada em mais de 50%, com a renovação de 750 ônibus. Atualmente, a frota que circula na RMB é de 110 ônibus.
Expectativa do evento
Belém começa a respirar COP por todos os lados. Ciro Brito comenta que as expectativas estão altas para o evento, inclusive em relação a assuntos que extrapolam os temas a serem negociados na COP. "É compreensível porque um evento de dimensão tão grande como essa não é comum de acontecer em Belém. Mas o Brasil é reconhecido internacionalmente como o País que tem a sociedade civil mais organizada e mobilizada do mundo", finalizou.
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