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Daniel Dantas: Banqueiro pretendia instalar empresa de mineração em terras indígenas

Diário do Pará - www.diariodopara.com.br
21 de Jul de 2008

A Polícia Federal (PF) rastreia investimentos feitos pelo banqueiro Daniel Dantas em áreas de mineração no Pará, localizadas em terras de preservação ambiental e em reservas indígenas. O relatório do delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, levanta suspeita sobre a "idoneidade dos projetos de exploração de minérios" e faz referência à "grande quantidade de áreas de preservação indígena ou ambiental". Os investimentos do grupo constituem um dos principais focos do inquérito da PF, que provocou a prisão de 18 de 24 acusados, entre eles Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Todos já foram soltos, com exceção de dois colaboradores de Dantas. A análise dos investimentos já provocou o indiciamento de Dantas, sob as acusações de formação de quadrilha e gestão fraudulenta.

O Grupo Opportunity admite que possui áreas de mineração na Reserva Biológica de Tapirapé e em áreas indígenas do Estado. Mas também reconhece que não tem autorização para explorá-las e por isso não desenvolve nenhuma atividade nesses territórios.

No caso da reserva biológica, é necessário obter autorização das instituições da área ambiental; e no caso da terra indígena, a legislação veda a exploração do subsolo. Isso pode mudar, no entanto, com a aprovação de um projeto que tramita no Congresso, regulamentando a exploração de minérios em terras indígenas.

Durante as investigações da Satiagraha, ficou claro, segundo Protógenes, que a empreitada mineral seria comandada por Dantas, por meio da GME4 (Global Miner Exploration), empresa recém-criada e presidida por Paulo Rogério Campos Magalhães. O Opportunity teria 62% das ações da empresa.

Caberia ao ex-cunhado do banqueiro, Carlos Bernardo Torres Rodenburg, "manter contato com pessoas interessadas na venda de imóveis rurais nos Estados do Pará e Piauí". Em gravação, Rodenburg trata da aquisição de 1.800 alqueires "integrantes da Floresta Nacional do Itacaiúnas", no Pará.

O Opportunity informou ter duas fazendas no Pará, mas desconhece a floresta nacional. Segundo o governo do Pará, "a Floresta Nacional de Itacaiúnas fica ao lado da Flora Carajás"

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