OESP, Metrópole, p. C3
25 de Mar de 2007
Custo para limpar a água aumenta junto com ocupação da área
Na década de 80, a Sabesp usava 25 kg de produtos químicos para cada 1.000 m3 de água da Guarapiranga. Nos anos 90, essa proporção subiu para 60 kg de substâncias como sulfato de alumínio ou cloreto férrico. Hoje, são necessários 80 kg.
Não à toa, a população que habita a bacia da Guarapiranga - em São Paulo e nas vizinhas Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Embu - subiu de 548 mil pessoas, em 1991, para 750 mil, em 2000. A expectativa da Sabesp é que esteja hoje em 900 mil.
Segundo documento produzido pelo Instituto Socioambiental (ISA), no seminário Guarapiranga 2006, o reservatório tem 57% do seu território alterado por atividades humanas. Mais de 80% do esgoto produzido é despejado sem qualquer tratamento na represa e 37,6% das áreas de preservação foram alteradas.
'Quando a gente fala de políticas públicas, falamos do que foi feito e do que deixou de ser feito. A política dos mananciais foi a da inércia', considera Marussia Whately, do ISA. 'A situação da água está em um nível de gravidade tamanho que a gente tem de bater palma para qualquer coisa que o poder público faça, quando não passa do básico.'
O coordenador do Programa Mananciais, da Sabesp, Ricardo Araújo, discorda de Marussia. 'Já enfrentamos momentos muito piores. A situação exige atenção, mas está sob controle', afirma Araújo.
Segundo ele, hoje, o lançamento de esgoto na represa é uma questão de educação ambiental, porque a região é cortada pela rede coletora da Sabesp. 'Mas infelizmente poucos ligam o seu esgoto à rede', explica.
OESP, 25/03/2007, Metrópole, p. C3
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