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Cursos e teclados para várias línguas

Valor Econômico - http://www.valoronline.com.br
28 de Jun de 2010

Há oito anos, a língua portuguesa divide com o baniwa, o tukano e o nheengatu, o status de idioma oficial do município. Esses idiomas representam os principais troncos linguísticos dos povos da região, onde se falam ao todo 19 línguas diferentes.

A Fundação Bradesco vai traduzir, ainda em 2010, um curso selecionado pela comunidade para as três línguas indígenas oficiais. "Nossa expectativa é que os alunos tenham mais acesso aos cursos de maneira que melhorem sua qualidade de vida, preservando essa multiculturalidade da região", afirma Nivaldo Marcusso, presidente da entidade. A Fundação também vai criar drivers e teclados adaptados para a escrita em baniwa, tukano e nheengatu.

Donato Miguel Vargas, diretor do Departamento de Educação Indígena, diz que nas comunidades indígenas os pais dos alunos decidem qual língua será ensinada. Em algumas comunidades mais isoladas, onde a língua nativa é mais preservada, é o português que fica como segundo idioma. Na cidade, as escolas estaduais ensinam tukano, mas algumas têm optado pelo espanhol, enquanto as municipais ensinam o nheengatu.

O nheengatu, ou língua geral, falada pelo povo Baré, predomina nas comunidades às margens do Rio Negro. A língua, no entanto, é artificial. Foi criada pelos jesuítas e portugueses no século XVII, baseada na pronúncia e no vocabulário dos tupinambás e emprestando, do português e do espanhol, a estrutura gramatical e conceitos desconhecidos aos indígenas. O nheengatu chegou a ser o idioma predominante no território brasileiro até o declínio das missões jesuítas. Na Amazônia, a língua continuou a ser usada na comunicação entre indígenas, brancos e etnias diferentes. Povos como os Barés, que perderam sua língua original, adotaram o nheengatu, que passou a ser também um importante elemento de afirmação cultural.

No Alto Rio Negro é o português que cumpre a função de língua para brancos e indígenas. Na opinião de Melvino Baniwa, que fala nheengatu, a informática vai permitir novas formas de interação entre as línguas. (T.C.)

Contexto

Os Centros de Inclusão Digital (CID) são laboratórios de informática instalados em regiões de baixa renda ou de difícil acesso. Eles têm como objetivo promover o acesso à computação e ensino. O projeto começou com uma parceria da empresa Intel e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) com a Fundação Bradesco para o desenvolvimento para soluções de ensino à distância para o público brasileiro. A Fundação Bradesco mantém na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, o Bit - um instituto de tecnologia que reúne líderes no segmento de tecnologia da informação e centros de referência em pesquisa e inovação de tecnologia de informação (TI) como Microsoft, Cisco, IBM, Intel, BMC Software, CA EITM e CLIC e o Centro Lego de Inovação. "As parcerias e a interação com essas instituições nos permitem caminhar na vanguarda mundial da TI aplicada à educação", afirma Nivaldo Marcusso, presidente da Fundação Bradesco.

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