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Curitiba terá aldeia indígena urbana

Jornale Curitiba - jornale.com.br
Autor: Débora Iankilevich
24 de Jul de 2008

A obra, no bairro Caximba, vai atender 35 famílias indígenas que ocupam irregularmente uma área de preservação no Parque Iguaçu

Uma inédita aldeia indígena urbana está surgindo no bairro Caximba, no extremo sul da cidade. Numa área de 44 mil metros quadrados na rua Delegado Bruno de Almeida, estão sendo construídas 35 casas da aldeia Kakané Porã. As unidades irão abrigar famílias das etnias guarani, caingangue e xetá que atualmente moram de forma irregular numa área de preservação no Parque Iguaçu.

A obra está sendo executada pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), com recursos do Fundo Municipal da Habitação. O investimento na construção é de R$ 650 mil.

A previsão é que as casas fiquem prontas até o final deste ano. Mas as construções em andamento já permitem visualizar o desenho da aldeia, mostrando um projeto diferenciado. As casas ficam localizadas ao lado de um bosque e, quando prontas, estarão distribuídas ao redor de uma praça, que servirá como espaço de convivência da comunidade. Não haverá muros para dividir os lotes.

O projeto arquitetônico das unidades inclui uma varanda - elemento que normalmente não faz parte dos empreendimentos executados pela Cohab. "A concepção da aldeia e das casas foi feita de forma a reproduzir alguns dos componentes presentes numa autêntica comunidade indígena e, com isso, permitir que a adaptação das famílias ao seu novo local de moradia seja a melhor possível", diz o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche.

Os índios que irão viver na Kakané Porã vieram do interior do estado e de Santa Catarina e, ao ocupar uma área no Parque Iguaçu (chamada reserva biologia do Cambuí) criaram um impasse que vinha se arrastando desde 2003. Como a área é de preservação permanente, os índios não poderiam permanecer no local.

A solução só veio no ano passado, quando a Prefeitura firmou convênio com a Funai prevendo a criação da aldeia. A área no Caximba onde estão acontecendo as obras pertence à Cohab. Em troca da permissão para ocupar o terreno, os índios se comprometeram a cuidar do bosque de 9 mil metros quadrados existente no terreno da futura aldeia. Até agora, todos os recursos utilizados para concretização do projeto vieram do município.

A Funai e a Funasa - organismo federais - também poderão participar do projeto, complementando a infra-estrutura instalada na aldeia. O nome escolhido para batizar a aldeia curitibana - kakané porã - é uma expressão indígena que quer dizer "fruto bom da terra".

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