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Culturas orfas dos transgenicos preocupam

GM, Agronegocio, p.B12
19 de Abr de 2005

Culturas órfãs dos transgênicos preocupam
O desenvolvimento de culturas transgênicas de feijão, mamão, mandioca e banana, as chamadas lavouras "não comerciais", seria amplamente benéfico para o pequeno agricultor, mas as grandes indústrias do setor não estão dispostas a financiar este tipo de pesquisa. "A aprovação de uma variedade transgênica pode custar de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões. Com um custo tão elevado, a pesquisa não consegue se pagar posteriormente com a venda de sementes ou o recebimento de royalties", diz Eduardo Romano, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. "São as culturas órfãs da biotecnologia", diz.
"É verdade que as grandes indústrias estão se concentrando nas culturas comerciais. Mas também é verdade que há institutos como a própria Embrapa que pesquisam variedades transgênicas de lavouras não comerciais", diz Madelyn Spirnak, consultora senior de biotecnologia do Departamento de Estado americano. Spinark, que está há sete meses no cargo, visitou países da América Latina para conhecer o impacto e as políticas que envolvem a biotecnologia em cada um deles.
A Embrapa pesquisa batata, mamão e feijão resistentes a vírus. Para financiar a pesquisa, entrou com recursos próprios e o restante dos R$ 14 milhões necessários vieram da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). "Temos os recursos agora, porque o Brasil quer criar um banco próprio de variedades geneticamente modificadas. Mas não sei se conseguiremos manter uma fonte de recursos para o futuro", diz Romano.
De acordo com o pesquisador, o custo da pesquisa em si é baixo. Mas o processo de aprovação e colocação de um transgênico no mercado é elevado porque envolve estudos de impacto ambiental e alimentar, por exemplo. "As culturas de cunho social, que não tem potencial de gerar lucros para as empresas, acabam sendo preteridas", diz.

GM, 19/04/2005, p. B12

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