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Cultura indígena em exposição fotográfica e mesa-redonda

Associação Naju
27 de Ago de 2003

A Associação Nação de Jurema inaugura no próximo dia 4, quinta-feira, a exposição fotográfica "Ciclos da Vida: O fio da memória indígena em Sergipe e Alagoas". A mostra acontece na sede da Sociedade Semear e será aberta a partir das 19 horas com a mesa redonda "A interação entre academia e os povos indígenas: projetos e histórias".

"Ciclos da Vida: O fio da memória indígena em Sergipe e Alagoas" reúne fotos inéditas de Newman Sucupira e fotos históricas de Jairo Andrade que integram o acervo do Museu do Homem Sergipano da Universidade Federal de Sergipe. Completam a exposição imagens captadas por Sílvio Luís, Clarice Mota e Tales Nunes. A mostra é dividida em cinco módulos temáticos: "Ciclos da Vida: locais sagrados e suas gerações", "No Ouricuri: (a)guardando o sagrado", "O ritmo da vida diária das aldeias", "As faces da identidade indígena" e " Projetando o futuro: a Farmácia Viva dos Kariri-Xocó". A montagem artística da exposição está a cargo de Andresson Dias, com consultoria técnica de Kleber Santana.

No lançamento da exposição, o auditório da Sociedade Semear sediará a mesa-redonda "A interação entre academia e os povos indígenas: projetos e histórias", que contará com as presenças de alguns especialistas em questões indígenas: professor José Augusto Laranjeiras, antropólogo e membro da Associação Nacional de Ação Indigenista (Salvador/BA), articulador de diversas ações pelos direitos indígenas; Ivan Farias, antropólogo da equipe da Procuradoria da República de Alagoas dedicado às questões indígenas; Marcos Terena, índio pantaneiro do Mato Grosso do Sul do povo Terena, fundador da União das Nações Indígenas - primeiro movimento indígena no Brasil, foi coordenador Geral da Conferência Mundial dos Povos Indígenas sobre Território, Meio Ambiente e Desenvolvimento durante a Rio/92; José Nunes Nhenety, índio Kariri-Xocó, contador de histórias da tribo e representante das comunidades indígenas no Comitê da Bacia do Rio São Francisco; professor Luís Alberto dos Santos, antropólogo e Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Sergipe; e professora Hélia Maria de Paula, antropóloga e diretora do Museu do Homem Sergipano.

A Associação Nação de Jurema é uma organização não-governamental cujo objetivo é realizar projetos de difusão da cultura indígena e desenvolvimento sustentável para as comunidades indígenas de Sergipe e Alagoas. A ONG foi idealizada pela antropóloga Clarice Novaes da Mota, que estuda as comunidades indígenas de Sergipe há mais de 20 anos. No ano passado, conseguiu que o Banco Mundial firmasse uma parceria com a Universidade Federal de Sergipe para a implantação de um projeto de desenvolvimento sustentável para os Kariri-Xocó denominado "Farmácia Viva". Juntamente com Ângelo Antoniolli, diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFS, conseguiu que o projeto fosse premiado com uma bolsa de incentivo, enfrentando concorrentes de todo o mundo numa feira de desenvolvimento sustentável em Washington D.C., nos Estados Unidos.

A depender dos custos e dos apoios, a exposição "Ciclos da Vida: O fio da memória indígena em Sergipe e Alagoas" poderá ter uma carreira internacional. Em sua última ida aos EUA para uma série de palestras em universidades, a professora Clarice Mota esteve negociando com o diretor do Centro de Estudos Latino Americanos e Caribenhos da Universidade da Geórgia em Athens uma temporada da mostra na instituição, e uma itinerância em universidades da Carolina do Sul e da Flórida.

A Sociedade Semear fica na Rua Vila Cristina, 148, próximo à Associação Atlética. O acesso ao evento é gratuito.

Por Marcelo Rangel

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