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22 de Mar de 2011
O rio Acre, que corta e abastece a cidade de Rio Branco e nasce nos Andes peruanos, apesar de sua importância vital para a capital acreana, sofre com quase 30% de degradação em suas matas ciliares. As ações do homem já encontram as reações da natureza, e o rio tem reclamado o mau tratamento.
Nesta terça-feira, Dia Mundial da Água, o governo do Estado criou o grupo de trabalho para elaboração de proposta do Programa de Conservação e Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Acre.
O grupo de trabalho, formado por 19 entidades, entre governo e sociedade civil organizada, terá também a missão de desenvolver medidas de adaptação às mudanças climáticas. "Há 12 anos estamos num processo de preocupação crescente com os recursos naturais, com a elaboração de um plano de gestão desses recursos. Esta semana nós concluímos o Plano Estadual de Recursos Hídricos, que trabalha todas as grandes bacias hidrográficas do Acre. Nosso objetivo não é apenas recuperar o que foi degradado, mas conservar e usar de forma sustentável os recursos. O rio Acre merece atenção especial porque é uma das bacias mais afetadas", disse o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus.
A promotora Patrícia Rêgo colocou o Ministério Público Estadual à disposição e se dispôs a ajudar a promover a adesão dos poluidores à política estadual de meio ambiente. "Tenho presenciado as iniciativas do governo do Estado e essa é mais uma ação concreta no sentido de tirar o Plano Estadual de Recursos Hídricos do papel. Não precisa ter conhecimento cientifico ou jurídico para entender que o rio Acre está definhando e exige ações imediatas", comentou.
Para o representante do WWF no Acre Dande Tavares, a criação do grupo de trabalho para elaboração de proposta do Programa de Conservação e Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Acre é um marco na gestão dos recursos hídricos. "O Acre pode ser o primeiro Estado da Amazônia a elaborar um plano de recursos hídricos que vislumbra a gestão desses recursos, como recuperar o que está degradado, como preservar daqui para frente, usando de forma sustentável e adaptado as mudanças climáticas. O plano leva em consideração o valor dos recursos hídricos e o serviço que prestam."
O governador em exercício, César Messias, lembrou que boa parte dos rios acreanos tem suas nascentes no Peru e na Bolívia. "E temos que buscar um diálogo com os dois países vizinhos para trabalhar essas preocupações de forma conjunta. Mas tenho certeza de que, no que depender do governo e do governador Tião Viana, daqui a um ano, no Dia Mundial da Água, estaremos comemorando grandes avanços na gestão desses recursos."
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