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CSN é multada por vazamento no Paraíba do Sul

O Globo, Economia, p. 40
10 de Dez de 2010

CSN é multada por vazamento no Paraíba do Sul
Acidente poluiu rio com resíduos de carvão mineral. Segundo Instituto Estadual do Ambiente, empresa é reincidente

Cláudio Motta

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi multada ontem em R$ 20,1 milhões por provocar o vazamento de resíduos de carvão mineral, altamente tóxico, no Rio Paraíba do Sul, em Volta Redonda. A multa foi aplicada pelo Conselho Diretor do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que levou em consideração alguns agravantes, como a demora para detectar o problema e a poluição do manancial abastecedor do estado. O acidente aconteceu no dia 27 de novembro deste ano, na Estação de Tratamento de Efluentes do Alto Forno 2 da CSN, que levou à suspensão da captação de água nas estações de Pinheiral e Vargem Grande, da Cedae.
De acordo com o presidente do Inea, Luiz Firmino Pereira, outro agravante é a recorrência de acidentes envolvendo a companhia:
- Acho que é uma multa realmente expressiva dado o risco que foi colocado para a população. Manancial abastecedor do estado do Rio, o Rio Paraíba do Sul teve três horas e meia de vazamento, com mais de quatro quilômetros tomados pelo produto. As captações tiveram que ser interrompidas. Também levamos em conta a recorrência, já que essa não é a primeira nem a segunda vez que temos problemas envolvendo a CSN.
Compensações ambientais terão R$ 16 milhões
Além da multa pelo vazamento, a CSN já se comprometeu em um Termo de Ajustamento de Conduta firmado em outubro com a Secretaria Estadual do Ambiente e Inea a investir R$ 216 milhões. Parte do valor, R$ 16 milhões, serão compensações ambientais. O restante (R$ 200 milhões) em 90 ações, estabelecidas em um plano de ação com diversas obrigações. O cronograma de execução deverá ser concluído em três anos, com possibilidade de multas em caso de descumprimento.
As exigências à CSN foram o resultado de uma auditoria, realizada entre setembro e dezembro do ano passado, após o vazamento de um material oleoso da unidade de carboquímicos que atingiu o Rio Paraíba do Sul. A auditoria concluiu que a siderúrgica, instalada há mais de 50 anos, não atendia aos padrões ambientais previstos na legislação. Correções já estão sendo feitas desde o acidente, segundo o Inea.
- Quando todos os investimentos do TAC forem feitos, esperamos que esse tipo de coisa (vazamentos de produtos químicos) não aconteçam mais.
Nosso manancial abastecedor não pode ser colocado em risco.
A CSN tem que melhorar a sua gerência - concluiu Firmino.
Procurada pelo GLOBO, a CSN afirmou que não foi notificada oficialmente da decisão e que não comentará o assunto

O Globo, 10/12/2010, Economia, p. 40

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