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Críticas de Heck são 'equivocadas e indecentes', afirma Romero Jucá

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
20 de Mai de 2003

O senador Romero Jucá (PMDB) afirmou serem "equivocadas e indecentes" as afirmações do secretário executivo do Cimi (conselho Indigenista Missionário), Egon Heck, que o acusou, em artigo publicado no site da entidade, de ter favorecido madeireiros e mineradores durante o período em que esteve à frente da presidência da Funai (86 a 87).

Heck também diz que a aproximação do parlamentar roraimense do Governo Federal seria uma ameaça aos direitos dos índios. Conforme com o que escreveu o secretário do Cimi, Jucá teria se notabilizado na década de 80, quando presidiu a Funai, "por trair os direitos dos povos indígenas" ao abrir as terras destinadas aos índios para atender interesses madeireiros e mineradores, principalmente em Rondônia.

Jucá afirmou ser lamentável a postura de Egon Heck, que, segundo o senador, demonstra total desconhecimento da situação indígena e da realidade do Estado de Roraima. O parlamentar disse que nos três anos em que dirigiu a Funai foi quem mais demarcou áreas indígenas na história do órgão.

Quanto às acusações de ter beneficiado madeireiros e mineradores, Jucá afirmou que durante a sua gestão como presidente da Funai combateu a presença de garimpeiros em terras indígenas e trabalhou contra a retirada ilegal de madeiras das áreas destinadas a esses povos. "Eu sou favorável à retirada de madeira das áreas indígenas, mas desde que os índios permitam e que os madeireiros paguem impostos", frisou.

Rebateu também as afirmações de Heck de que teria conseguido eleições seguidas às custas de apoio dos madeireiros e mineradores supostamente beneficiados por ele durante o tempo em que esteve à frente da Funai. "Fui o senador mais votado de Roraima e a minha votação não foi de madeireiros ou de mineradores. Obtive mais votos que o presidente Lula no Estado", observou.

O parlamentar explicou ainda a sua aproximação do Governo Federal, através do seu ingresso no PMDB. Disse que não foi ele quem procurou o governo, mas foi procurado pelos governistas. "O governo Lula me procurou para ajudar no desenvolvimento do país com a experiência que tenho, inclusive na discussão da questão indígena", afirmou, ao acrescentar que será mais uma força a trabalhar pela solução da questão indígena/fundiária do Estado.

Para Jucá, o Cimi tem medo da sua aproximação com o Governo Federal dada a sua experiência no trato da questão indígena, "pois [a entidade] pensava em manipular o governo Lula de acordo com seus interesses". Disse ainda que nem o Cimi nem Egon Heck têm autoridade para definir o que deve ser demarcado em termos de áreas indígenas nem a política a ser seguida pelo Governo Federal no setor.

Por último, condenou a afirmação feita por Heck de que Roraima é o Estado mais antiindigenista do país. "Isso é um insulto com Roraima e com seu povo, pois temos a maior população de índios do Brasil", afirmou Jucá.

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