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Criança indígena leva tiro acidental em aldeia yanomami, no Amazonas

A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br/
Autor: Elaíze Farias
24 de Jun de 2011

Segundo associação yanomami, a entrada de armas de fogo, sobretudo espingarda, tem sido levadas por garimpeiros

Uma criança indígena da etnia yanomami atingida por uma bala na cabeça no início desta semana continua na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Santo Antônio, em Boa Vista (RR).

Segundo Dário Kopenawa, da Hutukara Associação Yanomami (HAY), o incidente aconteceu durante os preparativos de uma festa em aldeia do pólo base Marari, na região do município amazonense de Barcelos (a 399,36 quilômetros de Manaus).

Conforme Dário, a menina se aproximou da arma e mexeu no gatilho da espingarda, se ferindo. "Quando soubemos deste fato nos comunicamos, por radiofonia, sobre o ocorrido e eles nos disseram que o disparo foi quando a menina pegou na arma", disse.

Segundo Dário, a entrada de espingardas nas aldeias yanomami aumentou nos últimos anos. O objeto é usado como moeda de troca de garimpeiros que adentram nas aldeias para explorar ouro.

"Os indígenas usam a arma para caçar, mas nem todas as aldeias usam espingardas. Só naquelas onde os brancos têm mais acesso", disse Dário, que avalia como "perigosa" a presença de armas de fogo nas aldeias.

"Temos medo. Não é comum isso. Só naquelas áreas onde empreiteiros e garimpeiros entram. Já denunciamos isto na Polícia Federal, na Fundai, no Exército, mas não fazem nada. Isso acontece há 15 anos", disse Dário.

O portal acritica.com tentou falar com a coordenação da Funai em Boa Vista, mas a informação é que o órgão não teve expediente nesta sexta-feira (24).

A coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanonami, Joana Claudete, informou que a criança de três anos foi hospitalizada mas ela não soube dar mais informações porque estava viajando a Brasília e chegou nesta sexta-feira a Boa Vista.

Joana disse que entraria em contato com a médica que está acompanhado a criança e repassaria novas informações.

A população yanomami é uma das mais vulneráveis do país. Ela é composta por aproximadamente 19 mil pessoas. Há aldeias yanomami em Roraima e no Norte do Estado do Amazonas.

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