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Criadores de animais têm de mudar técnica a cada época do ano na Amazônia

Globo Amazônia - www.globoamazonia.com
16 de Set de 2010

A criação de animais na Amazônia exige cuidados especiais de acordo com a época do ano. Com a cheia ou a seca dos rios, as técnicas precisam mudar. Quando os rios sobem, a terra some em muitos lugares, e os moradores dividem espaço com as criações. Se o rio invade o chiqueiro, os porcos têm de ser levados para dentro de casa.

Patos também são criados na sala. Fora de casa, galinheiros suspensos para a água não arrastar os animais. Mas o gado é o que mais sofre: debaixo de chuva, os búfalos se amontoam e disputam arbustos da mata nativa.

A família do agricultor Antonio de Almeida cria 60 cabeças de búfalo na várzea. Este ano, a região registrou uma das maiores cheias da história. "Eles aguentam três dias e três noites. Mais que isso, começam a suspender a mão", diz ele. Por conta do contato prolongado com a água, os animais começam a ter problemas nas patas. Nesse caso, Antonio monta uma espécie de curral suspenso.

No terreno de Cláudio Alfaia de Lima, troncos grossos e redondos são amarrados uns aos outros com cipó para fazer um tipo de assoalho. Nesse espaço, o rebanho fica confinado por semanas. Depois de três meses, cinco animais não conseguiram resistir. "Outros estão fracos e não sei como vai ficar essa situação. A vaca desmamou e não tem pastagem boa", diz Cláudio.

Presos, os bois não tem como pastar e o capim é levado até o gado. Todas as manhãs, Cláudio corta canarana, vegetação flutuante. As canoas vão lotadas, alimento suficiente para apenas um dia.

Mesmo com todo o esforço, moradores da várzea consideram a criação de gado um bom negócio. Quem tem boi ou búfalo faz uma espécie de poupança, um investimento para o futuro da família. A vida do ribeirinho fica menos difícil quando o rio começa a descer. A seca é época de fartura na região.

Cláudio aproveita a seca para começar tudo de novo, enquanto há pasto à vontade. "Só que isso é por um tempo, que aguenta na faixa de sete meses", diz.

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