O Globo, O País, p. 10
13 de Mar de 2008
Cresce a tensão com invasores da obra da usina hidrelétrica de Estreito
Agricultor é baleado e testemunhas acusam funcionário de consórcio
Adauri Antunes Barbosa
Aumentou ontem o clima de tensão na ocupação da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins, por Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Via Campesina. O agricultor Welinton da Silva foi atingido por um tiro na perna. Segundo testemunhas, o tiro foi disparado por Luiz Carlos Pereira Lima, que seria gerente de Transportes do Consórcio Estreito Energia (Ceste), que constrói a usina. Lima foi preso.
Mas o presidente do Ceste, Paulo Renato Ponte, negou que Lima seja funcionário do consórcio e que a obra tenha um gerente de transportes. Ele garantiu que os disparos não foram registrados no canteiro de obras.
O juiz Gilmar de Jesus Everton Vale, da comarca de Estreito (MA), acatou pedido de liminar do Ceste para "manutenção da posse", e determinou que a Secretaria de Segurança Pública e a PM do Maranhão disponibilizem efetivo policial suficiente a garantir o cumprimento da medida. À tarde, no entanto, o próprio juiz comandou uma comissão de negociação.
Em São Paulo, cerca de 250 manifestantes ligados ao MAB e à Via Campesina ocuparam ontem a sede do Ibama na capital, em protesto contra o projeto de construção da usina hidrelétrica Tijuco Alto, planejada para ser construída no Rio Ribeira de Iguape, na divisa entre São Paulo e Paraná. O empreendimento é da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa do grupo Votorantim.
Em Promissão (SP), cerca de 100 famílias do acampamento Simón Bolívar, do MST, bloquearam ontem por três horas a BR-153 para protestar contra a privatização das rodovias federais.
No Rio Grande do Norte 700 militantes do MST bloquearam ontem a BR-406, que liga Natal a João Câmara, e a BR304, que liga Natal a Mossoró.
O MST reivindica a vistoria e desapropriação de áreas destinadas à reforma agrária.
Houve princípio de conflito com a PM, dois agricultores foram presos, mas ninguém ficou ferido.
O Globo, 13/03/2008, O País, p. 10
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