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Craôs não são contra pesquisa da Unifesp

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: HERTON ESCOBAR
13 de Jul de 2002

Os índios craôs, que assinaram uma denúncia contra pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acusando-os de tentar roubar seu conhecimento tradicional sobre ervas medicinais, disseram que não sabiam o que dizia o documento, apresentado por um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). Em reunião realizada no início do mês, com representações de todas as tribos da etnia, os índios deixaram claro que não têm objeções à pesquisa, "pois nada está escondido, tudo está bem esclarecido", de acordo com a ata do encontro, recebida ontem pela universidade.

As acusações surgiram na imprensa há cerca de um mês, com um pedido de indenização de R$ 25 milhões - pelo trabalho de bioprospecção e danos morais -, assinado por um grupo de caciques. Os cientistas teriam colhido amostras de plantas com a autorização de apenas 3 das 17 tribos craôs, segundo a denúncia. Os índios esclarecem que assinaram um documento, elaborado pelo técnico da Funai Fernando Schiavini, "sem saber do motivo". "Eles deixam claríssimo que o documento é falso e não tem valor nenhum", disse o professor Elisaldo Carlini, que coordena a pesquisa. "O pedido de indenização nunca existiu." O presidente da Funai, Otacílio Antunes dos Reis Filho, disse que vai fazer uma reunião de emergência com os craôs para solucionar definitivamente o impasse.

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