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CPI ouve pesquisador que coletou sangue de índios

Agência Câmara-Brasilia -DF
06 de Jun de 2005

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Biopirataria ouve amanhã o professor-adjunto de Antropologia e Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro Hilton Pereira da Silva. Em 1996, Silva acompanhava uma equipe de TV a serviço do canal Discovery Channel quando coletou amostras de sangue dos ÍNDIOS caritianas. Ele foi processado pelo Ministério Público, admitiu a coleta e alegou que pretendia apenas identificar doenças da tribo. Foram recuperados 54 frascos de sangue na Universidade Federal do Pará, mas existe a suspeita de que havia mais de cem amostras.
Também participam da audiência pública o coordenador do Programa de Meio Ambiente da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o Eric Stoner, e o professor da Universidade Federal do Amazonas, biólogo e oceanógrafo Ning Labbish Chao.

Quebra de sigilo
Após o depoimento dos convidados, a CPI votará requerimento em que a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) pede a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal de Valdemir Kramer. Ele publicou na revista Semente da Terra um anúncio vendendo um terreno de 975 mil hectares no município de Sena Madureira (AC), no seringal Vale do Rio Chandless. A propaganda dizia que a propriedade era constituída por grande área de floresta nativa com a presença de gigantescos fósseis de animais ainda não identificados. "O suposto imóvel anunciado se trata, na verdade, do Parque Estadual do Chandless - terra que comporta áreas indígenas, sítios arqueológicos e que vem sendo degradada em razão do desmatamento ilegal praticado na região", informa Perpétua Almeida.

Ligações suspeitas
Em março deste ano, Kramer prestou depoimento à CPI, mas a deputada o considerou contraditório. "O depoente não deu explicação convincente sobre os motivos pelos quais realizou o anúncio de venda de terra pública."
A parlamentar acredita que haja sérias evidências de prática de crimes de estelionato e publicidade enganosa. "Há também indícios de que esse anúncio seja apenas a ponta de uma verdadeira cadeia de infrações penais, pois Kramer, até o presente momento, não apresentou documentos que atestem a regularidade de outros terrenos rurais que foram por ele anunciados e vendidos."
Perpétua Almeida solicita a quebra do sigilo telefônico de Kramer, a partir de janeiro de 2003, a fim de investigar possíveis ligações entre Kramer e outras pessoas que se dizem proprietárias da área e estão sendo investigadas. O requerimento pede ainda a quebra do sigilo bancário de Kramer para verificar a evolução patrimonial do corretor e "identificar a existência de eventuais transações financeiras entre Kramer e a Maria Cleide Meireles de Queiroz Costa, pessoa que se apresentou como proprietária das terras do Parque Estadual do Chandless", explica a deputada.

A CPI estará reunida no plenário 7, a partir das 14h30.

Reunião de manhã
Pela manhã, a comissão reúne-se para discutir os fatos veiculados na imprensa sobre o desmatamento, transporte e comercialização ilegal de madeira da Floresta Amazônica, no norte do Mato Grosso.

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