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Corrupção com madeireiros leva fiscais do Ibama à prisão em Rondônia

Viaecológica-Brasília-DF
01 de Abr de 2003

A prisão na semana passada de um ex-superintendente e três funcionários do Ibama em Rondônia, acusados pela Polícia Federal de extorsão de dinheiro de madeireiros, demonstra que a corrupção dentro do órgão nos estados é um dos principais fatores de degradação ambiental da Amazônia. "Isso vem confirmar as suspeitas por parte das organizações não governamentais, de que em Rondônia os fiscais do Ibama vêm se favorecendo de propinas proporcionadas por madeireiros e assim ajudando a agravar ainda mais o quadro de deterioração ambiental da região amazônica", denunciam Renato Ulhôa e Rogério Motta, da ong Associação de Defesa Etno-ambiental Kanindé. No último dia 27 foram presos por agentes federais o ex-superintendente do IBAMA em Rondônia, Valdemar Maqueiro, e os funcionários Edílson Pereira dos Santos, Rosalvo Alves de Freitas e José Nonato do Nascimento, em cumprimento a mandado de prisão temporária decretada pela 2ª Vara de Justiça do estado. Os funcionários do Instituto foram detidos por suspeita de fazerem parte de uma quadrilha que vinha extorquindo dinheiro de madeireiros em Rondônia. As prisões foram feitas simultaneamente nas cidades de Cacoal e Rolim de Moura e, de acordo com informações, há muito tempo a quadrilha vinha agindo contra a administração pública. A Polícia Federal já vinha investigando o caso e os nomes estavam arrolados em inquérito policial, instaurados e em tramitação, pela prática de crime contra a administração pública, na modalidade de concussão e tráfico de influência. Se comprovado o crime, a pena prevista em lei é de dois a oito anos de reclusão. Os funcionários poderão ainda ser indiciados pelo crime de corrupção passiva, se comprovado e envolvimento, segundo os policiais. No dia 28 os funcionários, detidos provisoriamente na sede da PF em Ji-paraná, foram transferidos para Porto Velho. As ongs ambientalistas da região estão enviando mensagens a autoridades federais, pedindo que o caso não fique impune. Este tipo de denúncia aparece de vez em quando também em outros estados, tanto na Amazônia como em outras regiões. (Veja também www.kaninde.org.br e www.ibama.gov.br).

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