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Corpo de Aldo chega semana que vem e CIR divulga dossiê sobre violência

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
22 de Fev de 2003

O corpo do índio Aldo da Silva Mota, assassinado na "Fazenda Retiro", do vereador Francisco das Chagas de Oliveira, deverá ser translado do IML de Brasília para Roraima na próxima semana. A família e comunidades da região Raposa/Serra do Sol preparam o funeral.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) aproveitou o momento um dossiê sobre os crimes cometidos contra os povos indígenas em Roraima (Leia o dossiê no site www.cir.org.br ). O documento, segundo a entidade, é virtude da "preocupação com as sucessivas agressões e impunidades ocorridas no Estado".
O dossiê foi elaborado pela advogada Ana Paula Souto Maior e fala em "omissão e às vezes cumplicidade das instâncias governamentais nas situações onde os índios são vítimas de agressões".
A morte de Aldo é apontado no documento com um dos casos em que teria revelado a conivência ou repressão do aparelho do Estado de Roraima contra os direitos indígenas.
O documento traz um capítulo à parte sobre quem é o vereador "Chico Tripa" e relata um histórico de agressões supostamente praticadas pela família de contra os indígenas na área Raposa Serra do Sol. "O documento comprova que a morte de Aldo Mota, longe de ser um fato isolado, configura-se em mais um caso no universo de violência institucionalizada do estado de Roraima contra os primeiros habitantes da região", diz o CIR.
A entidade indigenista coloca o município de Uiramutã como "centro de tensão na terra indígena e palco de conflitos envolvendo fazendeiros, garimpeiros e militares instalados no 6o Pelotão Especial de Fronteiras". "A unidade municipal, criada ilegalmente, é usada pelos opositores dos índios como argumento para a permanência de invasores na área", frisa o documento.
O dossiê mostra ainda, a síntese dos atentados, ameaças, violências e assassinatos cometidos por polícias, Exército, fazendeiros, garimpeiros e políticos contra os índios. Estão registrados 21 tentativas de homicídio, 54 ameaças de morte, 51 agressões físicas, 80 casas destruídas, 71 prisões ilegais, 05 roças queimadas e 05 cárceres privados

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