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Copel pensa em desativar usina

Paraná On Line- Curitiba-PR
Autor: Anselmo Meyer
28 de Out de 2001

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) pode desativar, a qualquer momento, por tempo indeterminado, a Usina de Apucaraninha, próximo à cidade de Londrina. Essa hipótese existe, segundo a estatal, devido à falta de segurança que os funcionários da empresa encontram em trabalhar. A usina fica dentro da reserva indígena Salto Apucaraninha.
Os índios caingangues autorizaram a troca dos funcionários da usina, Salomão Sutil de Oliveira e José Carlos Feitosa, que eram mantidos como reféns, desde a meia-noite de quarta-feira. No lugar deles entraram João Caetano e Lineu Pedro Gervalo.
De acordo com o chefe da aldeia, Nazareno Marcolino, a aceitação pela troca de funcionários foi decidida na manhã de ontem. "Essa decisão foi tomada em Londrina, além do que, esses funcionários são nossos amigos e só estão trabalhando", ponderou. A Copel havia entrado com um mandado de segurança em interdito proibitório, ontem, na Justiça Federal de Londrina, para que fossem liberados os dois funcionários que eram mantidos na usina.
Apesar da liberação dos funcionários, os índios continuam ocupando a usina. Eles pedem uma indenização de R$ 71 milhões pela exploração da usina e R$ 20 mil por mês como arrendamento pelo uso das terras. A Copel fez a oferta de R$ 110 mil por ano, em parcelas mensais entregues diretamente aos índios, pelo arrendamento, e propôs uma consultoria para analisar os danos ambientais e culturais para se determinar a indenização. Os índios alegam que a Copel não os deixa participar da consultoria.
Segundo a Copel, a Fundação Nacional do Índio (Funai) recebe por ano R$ 60 mil pelo arrendamento das terras. A empresa informou ainda que não há possibilidade de negociação antes do leilão, marcado para quarta-feira, na Bolsa Mercantil de Valores do Rio de Janeiro. O advogado dos índios, César Bessa, disse que enviou, ontem, uma notificação para os interessados em comprar a Copel, informando sobre as reivindicações dos índios.

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