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Contrabando envolvia pessoal da Funai

OESP, Cidades, p.C6
16 de Mai de 2004

Contrabando envolvia pessoal da Funai Operação Pindorama da PF prendeu 11 pessoas, 7 funcionários do órgão
LÍGIA FORMENTI
BRASÍLIA - O contrabando de penas, ossos e dentes de animais silvestres com a participação de funcionários da Funai reúne todas as características do crime organizado, avalia a Polícia Federal. A rede, diz a PF, atua em vários Estados a partir de pedidos dos EUA, Alemanha e República Checa.
A Operação Pindorama, criada para investigar o contrabando, já prendeu 11 pessoas - 7 funcionários da Funai. Uma prisão também foi feita nos EUA: Milan Rabrovisky. Dois irmãos de um antigo funcionário do Ibama de Altamira (PA) estão envolvidos no caso.
O chefe da divisão de repressão a crimes contra o ambiente e patrimônio histórico da PF, Jorge Barbosa Pontes, avalia que o grupo preso representa metade de uma das várias quadrilhas do País. "É um crime que não vem de hoje. Fruto de um vazio normativo sobre o comércio de produtos indígenas", disse.
Pontes disse que, usando lojas da Funai como fachada, a Artíndia, funcionários e comerciantes recebiam os pedidos. As encomendas eram remetidas ao exterior por correio. Os depósitos para pagamento das peças eram feitos nas contas dos envolvidos. "Os índios recebiam quantias ínfimas. Uma peça no exterior podia ser vendida até por U$ 4 mil", disse.
O coordenador da prisão afirmou que índios têm permissão para matar animais tanto alimentação quanto para prática de rituais. "Mas já matavam para cumprir as encomendas."
Com um dos comerciantes presos, Noel Rachid Silva, de são Félix do Araguaia (MT), foram encontrados U$ 25 mil.
Ontem , a PF continuava recolhendo depoimentos das pessoas detidas, que podem ser processados por corrupcão passiva, formação de quadrilha, receptação qualificada e contrabando.

OESP, 16/05/2004, p. C6

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